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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 30, 2015

MANUTENÇÃO DE DIREITOS de trabalhadores o pau come sem dó, e com requintes de crueldade (por favor não venha dizer que os PMs cumpriam ordens, pois eu nunca vou cumprir ordem de dar tiro de bala de borracha na cara de ninguém).

Ideais Revolucionários compartilhou a foto de BoiLivariano.
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Eu me pergunto a causa de na manifestação pró-impeachment a polícia não disparar sequer um tiro de bala de borracha e não jogar spray de pimenta na cara de ninguém, enquanto numa manifestação que exige a MANUTENÇÃO DE DIREITOS de trabalhadores o pau come sem dó, e com requintes de crueldade (por favor não venha dizer que os PMs cumpriam ordens, pois eu nunca vou cumprir ordem de dar tiro de bala de borracha na cara de ninguém).
Em uma o apoio da mídia é notório. Inflam o núm...
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Eu me pergunto a causa de na manifestação pró-impeachment a polícia não disparar sequer um tiro de bala de borracha e não jogar spray de pimenta na cara de ninguém, enquanto numa manifestação que exige a MANUTENÇÃO DE DIREITOS de trabalhadores o pau come sem dó, e com requintes de crueldade (por favor não venha dizer que os PMs cumpriam ordens, pois eu nunca vou cumprir ordem de dar tiro de bala de borracha na cara de ninguém).
Em uma o apoio da mídia é notório. Inflam o número de participantes, fazem cobertura ao vivo, interrompendo a transmissão dos programas dominicais e no outro estampam as manchetes de “Confronto da PM com professores”.
Em um o governo libera a catraca de metrôs pro pessoal ir protestar, em outro os professores acampados na praça são perturbados durante toda a noite pela polícia, a fim de coagi-los.
Em um a PM tira foto com os manifestantes, faz posts engraçadinhos no twitter e no outro infiltram manifestantes para começar confusões, a fim de justificar a barbárie que os “guardiões do status quo” irão cometer.
O sujeito estuda uma vida, trabalha em escolas precárias, a regime de cuspe e giz, ganha mal e tem direitos surrupiados a torto e direito e quando chega ao ápice do absurdo, de modo que não há mais condições de suportar, sai às ruas para reivindicar o seu. Além de ser chamado de vagabundo, ser alvo de comentários maldosos por parte de pessoas que não conhecem a luta diária dos profissionais da educação, são vítimas ainda da violência de pessoas que estão no mesmo barco que eles. Os servidores públicos da segurança, que deveriam estar ali juntamente com os professores, trocam seus direitos pelo prazer sádico de espancar seu semelhante.
Enquanto isso, marcham para Brasília um grupinho de playboys-coxinhas, que nunca trabalharam na vida, não sabem porra nenhuma sobre merda alguma e incitam uma massa de pessoas igualmente estupidas a defender as estultícias que disseminam pela internet.
Eu só posso concordar com a Marilena Chauí, EU ODEIO A CLASSE MÉDIA!

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