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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 24, 2015

Dilma afirmou: “O Brasil sem dúvida nenhuma espera muito de nós, e eu conto com vocês para que nós honremos todas essas expectativas, cada uma delas e sem exceção”.

DILMA REBATE “PAPAGAIADA” DE VEJA,FOLHA E ESTADÃO: “DIREITOS TRABALHISTAS SÃO INTOCÁVEIS”

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Direitos trabalhistas são intocáveis e ajuste fiscal será feito sem revogá-los, afirma presidenta Dilma

A presidenta Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira (27), em sua primeira reunião ministerial, realizada na Granja do Torto, em Brasília, que os ajustes que estão sendo feitos na economia brasileira manterão o rumo do desenvolvimento e ampliarão oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do governo. Esses ajustes, disse ela, são necessários em vista dos desafios atuais no cenário interno e externo.
Ela ressalvou, no entanto, que as medidas não colocam em risco os avanços sociais obtidos até agora. “Os direitos trabalhistas são intocáveis. E não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los”, enfatizou a presidenta.
Segundo a presidenta, as medidas que estão sendo tomadas e as que virão depois, consolidarão um projeto que transformou o Brasil. “São passos na direção de um reequilíbrio fiscal que irão permitir preservar as nossas políticas sociais – falo, por exemplo, do Bolsa Família, do Minha Casa, Minha Vida, do Mais Médicos, do Pronatec, das ações para garantir acesso ao ensino superior, doCiência sem Fronteiras, do combate à violência contra a mulher, por exemplo, explicou.
Medidas
Dilma lembrou que a primeira ação tomada foi fixar a meta de resultado primário em 1,2% do PIB em 2015. “Essa meta representa um grande esforço fiscal, mas um esforço que a economia pode suportar sem comprometer a recuperação do crescimento e do emprego”.
O governo também decidiu reduzir, previamente, seus gastos discricionários, enquanto o Congresso Nacional discute o Projeto de Lei Orçamentária de 2015. “Por essa razão, reduzimos em 1/3 o limite orçamentário de todos os ministérios, neste início de ano”, disse.
A presidenta acrescentou que o governo também está atuando pelo lado da receita, com a correção das alíquotas da Cide; do IOF sobre o crédito pessoal; e a proposta de correção do PIS/Cofins sobre bens importados e do IPI sobre cosméticos.
“Além destas medidas de política fiscal, estamos também, senhores ministros e senhoras ministras, construindo medidas para viabilizar o aumento do investimento e da competitividade da economia”, afirmou.
No campo tributário,a presidenta adiantou que está sendo finalizada a proposta do governo para o aperfeiçoamento do Supersimples, que estabelecerá um mecanismo de transição entre sistemas tributários, para enfrentar a barreira hoje existente ao crescimento das micro e pequenas empresas. “Estamos preparando a reforma do PIS/Cofins para simplificar e agilizar o aproveitamento de créditos tributários pelas empresas”, informou.
Investimentos
A presidenta garantiu que já foi iniciada também a definição de uma nova carteira de investimentos em infraestrutura. A meta é ampliar tanto as concessões como as autorizações ao setor privado.“Vamos continuar com as concessões de rodovias, com as autorizações e concessões em portos. E ampliar as concessões de aeroportos. Realizaremos concessões em outras áreas, como hidrovias e dragagem de portos, por exemplo”.
Segundo Dilma, o “Minha Casa, Minha Vida irá contratar a construção de mais três milhões de moradias até 2018, ampliando sua penetração em grandes centros urbanos. Com o programa Banda Larga para Todos vamos promover a universalização do acesso a um serviço de internet de banda larga barato, rápido e seguro”.
Por fim, a presidenta Dilma afirmou: “O Brasil sem dúvida nenhuma espera muito de nós, e eu conto com vocês para que nós honremos todas essas expectativas, cada uma delas e sem exceção”.
*Brasil29

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