Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 30, 2015

Prefeito de Curitiba faz apelo a governador: "Já temos muitos feridos"


  • Reprodução/Facebook
    Gustavo Fruet (PDT) pediu o fim do conflito entre PM e manifestantes no Facebook
    Gustavo Fruet (PDT) pediu o fim do conflito entre PM e manifestantes no Facebook
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), fez um apelo ao governador do Estado do Paraná, Beto Richa (PSDB), pelo fim do conflito entre os policiais militares e os manifestantes no Centro Cívico da capital paranaense.
"Estamos fazendo o possível para atender os feridos na Prefeitura, mas nossa capacidade é limitada", disse em sua conta do Facebook. "Faço um apelo ao governador, Secretaria de Estado da Segurança Pública e Assembleia. Momento é de pacificar. Já temos muitos feridos aqui."
Mais de cem manifestantes ficaram feridos durante confronto com nesta quarta-feira (29), afirma a Prefeitura. Dentre os feridos, 35 pessoas que precisavam de atendimento médico foram encaminhadas a hospitais, principalmente o Hospital Cajuru.
Os professores da rede estadual e servidores em greve do Estado protestam contra o projeto de lei Paraná Previdência, que foi aprovado em primeira sessão na segunda-feira (27) por 31 votos a 21. A segunda votação que promete mudanças na previdência dos servidores foi marcada para esta quarta-feira (29) por Nelson Justus (DEM), presidente da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania).
Ampliar

Em greve, professores da rede estadual protestam no Paraná 42 fotos

21 / 42
29.abr.2015 - Professores da rede estadual de ensino e servidores em greve protestam na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico da capital paranaense, nesta quarta-feira (29), contra o projeto de lei Paraná Previdência que será votado hoje na Assembleia Legislativa do Estado. O grupo entrou em confronto com agentes da Polícia Militar que acompanhavam o ato. Alguns manifestantes ficaram feridos ao serem atingidos por balas de borracha Joka Madruga/Futura Press/Estadão Conteúdo

Veja também

Nenhum comentário:

Postar um comentário