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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 15, 2015

Lula pede apoio contra a terceirização: “É uma questão de honra para a classe trabalhadora”


Lula pede apoio contra a terceirização: “É uma questão de honra para a classe trabalhadora”

Ex-presidente afirmou que é necessário evitar que “as empresas passem a utilizar mão de obra quase escrava como no século passado”. Ele fez ainda um apelo à presidenta Dilma Rousseff (PT), pedindo que ela tente fazer “com que o Congresso Nacional respeite os direitos da classe trabalhadora brasileira”
Por Guilherme Franco
Durante a sua participação na abertura do 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, que aconteceu ontem (14), em Guarulhos, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da pediu que os brasileiros continuem protestando contra o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização dos empregos
Presidente de honra da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Lula afirmou que é necessário evitar que “as empresas passem a utilizar mão de obra quase escrava como no século passado”. “Não podemos permitir que a infâmia, o mau-caratismo e a má fé de algumas pessoas destrua o que nós construímos a duras penas nesse país. Temos que conversar e mostrar o que significa a aprovação dessa lei”, falou.
Ele pediu que os sindicalistas não deixem de lutar pelos direitos dos trabalhadores e fez um apelo à presidenta Dilma Rousseff (PT). “Dilma, tente fazer com que o Congresso Nacional respeite os direitos da classe trabalhadora brasileira. Não deixar aprovar a lei 4330. É uma questão de honra para a classe trabalhadora brasileira”, acrescentou Lula.
Nesta quarta-feira (15) acontece o Dia Nacional de Paralisação, em que centrais sindicais e movimentos sociais da cidade e do campo farão mobilizações por todo o país contra o PL 4330 e também contra as “maldades do Congresso” e a “onda conservadora”. Estão previstos atrasos em entrada de fábricas, paralisação em alguns setores, bloqueio de rodovias e manifestações nas ruas
Confira aqui os locais em que ocorrerão mobilizações em outros lugares do país.
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

*Forum

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