Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 24, 2015

Rede Globo e sua festa mixuruca

Maracanãzinho 50 anos DEScomemoraçãoA vigorosa manifestação pela DEScomemoração dos 50 anos da Globo deixou atônitos os organizadores e convidados que compareceram ao Maracanãzinho no final da tarde desta quinta, 23 de abril.

Consciente de que seu prestígio popular está em acentuado declínio, a Globo sequer divulgou antecipadamente que ocorreria tal festa. E quem está acostumado a frequentar estádios em eventos esportivos ou de entretenimento sabe avaliar com certa precisão a quantidade de pessoas presentes. E no caso desta festa da Globo, podemos afirmar que foi um contingente pífio.
Ato Maracanãzinho 23 04Os cerca de cinquenta ativistas de várias entidades e movimentos sociais protagonizaram uma manifestação de protesto nos portões de entrada do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, quando os poucos convidados esperavam para ingressar e ver o show com artistas populares em comemoração aos 50 anos da emissora.

Com faixas, cartazes, bandeiras e camisetas estampando slogans e frases contra a TV Globo, os manifestantes distribuíram milhares de panfletos, e se revesaram no microfone para lembrar aos presentes as mazelas da Vênus Platinada, das contantes práticas de manipulação da informação, a histórica vinculação com a ditadura, o crime de sonegação fiscal, a concentração monopólica e o apoio a políticos conservadores e corruptos.
50 anos descomemoraçãoAtivistas e militantes de entidades como FALERIO/FNDC, ARPUB, ARCO-RJ/MNRC, UBM, CUT, CTB, ENECOS, FIST, CMP, SindiPetro-RJ, SindRad-RJ, MegaCidadania, Barão de Itararé e Jornal Inverta, entre outras, fizeram uso da palavra e gritaram palavras de ordem como 'A Verdade é Dura, a Rede Globo apoiou a Ditadura!' e 'O Povo não é Bobo, Abaixo a Rede Globo'.

Entre perplexos e desconfortáveis, os convidados foram brindados com dezenas de informações e dados que certamente não aparecem no Jornal Nacional. O aniversário da Globo não passou em branco. Nos próximos dias, milhares de panfletos continuarão a ser distribuídos em locais de concentração da população, amplificando as denúncias e a desconstrução da emissora cinquentona.

Podemos afirmar que deixamos "algumas minhocas" nos convidados, perturbamos o desfile dos VIPS, não deixamos a CQC/Band trabalhar (rsss) pois fomos mais ágeis que eles! Em suma conseguimos colocar um pouco de água no chopp da Globo!
*megacidadania

Nenhum comentário:

Postar um comentário