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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 13, 2015

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247 – Na próxima semana, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, desembarca no Brasil com uma lista de quase 60 projetos de investimento, de obras de infraestrutura a instalações industriais.
Segundo o colunista Sergio Leo, o setor de energia é o principal alvo dos chineses, com projetos previstos que somam quase US$ 33 bilhões, incluindo a segunda fase da transmissão de Belo Monte, uma hidrelétrica e uma termelétrica.
Do lado brasileiro, ele ressalta que um dos maiores interesses é o investimento em ferrovias. Os nove projetos de infraestrutura viária e logística somam cerca de US$ 16 bilhões e incluem uma linha ferroviária ligando Vitória (ES) ao Rio e trechos ferroviários no Mato Grosso destinados a compor a ligação bi-oceânica entre o Atlântico e o as margens peruanas do Pacífico (leia mais).
Leia reportagem da reuters sobre o assunto: 
PEQUIM (Reuters) - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, visitará o Brasil e mais três países da América do Sul na próxima semana, informou nesta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores, marcando presença em uma parte do mundo onde a China tem profundos laços empresariais, mas tradicionalmente apenas limitada influência política.
Li viajará para Brasil, Colômbia, Peru e Chile entre 18 e 26 de maio, disse o ministério, sem dar mais detalhes.
Visitas de líderes chineses são tipicamente acompanhadas de grandes acordos, especialmente em países ricos em recursos naturais.
A China, segunda maior economia do mundo, está comprando petróleo da Venezuela, cobre do Peru e do Chile, e soja da Argentina e do Brasil, por exemplo.
Em troca, a China tem investido bilhões de dólares na região.
Em janeiro, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 250 bilhões de dólares em investimentos na América Latina ao longo dos próximos 10 anos como parte de uma investida para elevar a influência da China na região.
(Reportagem de Ben Blanchard)
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