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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 10, 2015

Banco Mundial admite que Cuba possui o melhor sistema educacional da América



Segundo o Banco Mundial "nenhum sistema escolar da América possui esse tipo de parâmetro mundial"

Por Redação - tradução livre do site America em Debate

O Banco Mundial acaba de publicar um informe revelador sobre a problemática da educação na América. Excelentes professores. Como melhorar a aprendizagem na América, o estudo analisa os sistemas educativos públicos dos países do continente e os principais desafios a serem enfrentados.
Segundo o Banco Mundial, “nenhum sistema escolar latino-americano, com a possível exceção do de Cuba”, possui parâmetros mundiais.
Na América , os professores de educação básica (pré-escolar, primário e secundário) constituem um capital humano de 7 milhões de pessoas, ou seja 4% da população ativa da região, mais de 20% dos trabalhadores técnicos e profissionais. Seus salários absorvem 4% do PIB do continente e suas condições de trabalho variam de uma região para outra, inclusive dentro das fronteiras nacionais. Os professores, mal remunerados, são em sua maioria mulheres – uma média de 75% - e pertencem às camadas sociais mais baixas. Além disso, o corpo docente supera os 40 anos de idade e é considerado “envelhecido”.
O Banco Mundial recorda que todos os governos do planeta examinam com atenção “a qualidade e o desempenho dos professores” objetivando que os sistemas educativos se adaptem às novas realidades. Agora, o eixo é colocado na aquisição de competências e não apenas na simples acumulação de conhecimentos.
As conclusões do informe são implacáveis. O Banco Mundial enfatiza “a baixa qualidade na média de professores da América e do Caribe”, o que constitui o principal obstáculo para o avanço da educação no continente. Os conteúdos acadêmicos são inadequados e as práticas ineficientes.
Pouco e mal formados, os professores consagram apenas 65% do tempo de aula à instrução, “o que equivale a perder um dia completo de aula por semana”. Por outro lado, o material didático continua sendo pouco utilizado, particularmente as novas tecnologias de informação e comunicação. Além disso, os professores não conseguem impor sua autoridade, manter a atenção dos alunos e suscitar a participação.
Segundo a instituição financeira internacional, “nenhum corpo docente da região pode ser considerado de alta qualidade em comparação aos parâmetros mundiais”, com a notável exceção de Cuba.
O Banco Mundial assinala que “atualmente, nenhum sistema escolar latino-americano, com a possível exceção do de Cuba, está próximo de mostrar os parâmetros elevados, o forte talento acadêmico, as remunerações altas ou ao menos adequadas e a elevada autonomia profissional que caracterizam os sistemas educativos mais eficazes do mundo, com os da Finlândia, Cingapura, Xangai (China), República da Coreia, Suíça, Países Baixos e Canadá”.
Com efeito, apenas Cuba, onde a educação é a principal prioridade desde 1959, dispõe de um sistema educacional eficiente e de professores de alto nível. O país antilhano não tem porque invejar as nações mais desenvolvidas. A ilha do Caribe é, também, a nação do mundo que mais investe em educação, com 13% do orçamento nacional.
Não é a primeira vez que o Banco Mundial elogia o sistema educacional de Cuba. Em um informe anterior, a organização recordava a excelência do sistema social da Ilha:
“Cuba é internacionalmente reconhecida por seus êxitos nos campos da educação e da saúde, com um serviço social que supera o da maior parte dos países em vias de desenvolvimento e, em certos setores, se compara ao dos países desenvolvidos. Desde a Revolução Cubana em 1959 e do subsequente estabelecimento de um Governo comunista com um partido único, o país criou um sistema de serviços sociais que garante o acesso universal à educação e à saúde, proporcionado pelo Estado.
Este modelo permitiu Cuba alcançar a alfabetização universal, erradicar certas enfermidades, acesso geral à água potável e salubridade pública de base, uma das taxas de mortalidade infantil mais baixa da região e uma das maiores em expectativa de vida. Uma revisão dos indicadores sociais de Cuba revela uma melhora quase contínua de 1960 até 1980.
Vários indicadores principais, como a expectativa de vida e taxa de mortalidade infantil, continuam melhorando durante a crise econômica do país nos anos 90 […]. Hoje, a assistência social de Cuba é uma das melhores do mundo em vias de desenvolvimento, como documentam numerosas fontes internacionais, incluídas a Organização Mundial de Saúde, o Programa das Nações Unidas pelo desenvolvimento e outras agências da ONU, e o Banco Mundial. (…)”.
Cuba supera amplamente a América e o Caribe, assim como outros países com renda intermediária nos principais indicadores: educação, saúde e saneamento básico.
O Banco Mundial recorda que a elaboração de bons sistemas educacionais é vital para o porvir da América. Destaca também o exemplo de Cuba, que alcançou a excelência neste campo e é o único país do continente que dispõe de um corpo docente de alta qualidade. Estes resultados se explicam pela vontade política da direção do país caribenho de situar a juventude no centro do projeto de sociedade, dedicando os recursos necessários à aquisição de saberes e competências.
Apesar dos recursos limitados de uma nação do Terceiro Mundo e do estado de sítio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século, Cuba, baseando-se no ditado de José Martí, seu Apóstolo e Herói Nacional, “ser culto para ser livre”, demonstra que uma educação de qualidade está ao alcance de todas as nações.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/03/banco-mundial-admite-que-cuba-possui-o.html#ixzz3ccz9w6r7

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