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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 25, 2015

Charlatanice de Gentili na rede é exposta: a fraude dos milhões de seguidores foi desmascarada pela própria Twitter Audit repor

E agora?. Será que esse vigarista vai sofrer alguma punição?



A informação está no meio de um extensa e bem feitareportagem da Agência Pública sobre a invasão da direita nas redes sociais.
Durante a campanha presidencial, as equipes de Dilma e Aécio contaram com o auxílio de “robôs” para vitaminar os resultados — perfis fake criados para repercutir conteúdo (um destes bots, por exemplo, foi o “autor” do pedido para o Youtube tirar do ar o nosso documentário “Helicoca”).
De acordo com a Pública, um membro da equipe de Aécio contou que contratou pessoas com muitos seguidores no Twitter para trabalhar pela causa. As contas falsas foram utilizadas também para inflar as de gente com adequação, digamos, ideológica.
Fábio Malini, doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, aponta que essa movimentação faz com que haja um “engajamento maior”. “O efeito dos bots no Brasil foi aumentar a temperatura do debate eleitoral”, diz.
Essa guerra deixou vários destroços, mais ou menos como o lixo espacial. E o caso mais estranho é o do humorista Danilo Gentili.

Gentili, bastião da extrema direita raivosa, tem uma quantidade impressionante de followers no Twitter: 10,5 milhões.
Ocorre que 6 milhões deles (mais exatamente, 6.138.844) são fake, quase 60%. Esse levantamento é realizado por uma ferramenta denominada Twitter Audit. A metodologia está disponível no site.
 
Uma conta deste tamanho serve, entre outras coisas, como atrativo para propaganda de produtos — incluindo candidatos. Gentili, embora antipetista de coração, gosta de se declarar apartidário, afirma que políticos são todos iguais, deblatera contra o estado-babá e por aí afora.
Na disputa de 2014, no entanto, apoiou Aécio a ponto de imortalizar um tuíte de torcedor no dia da apuração: “Vazaram aqui pra mim que Aécio já ganhou. Fonte quente.”
Curiosamente, durante os protestos de 12 de abril, ele acusou uma manipulação nos “assuntos do momento”: “Twitter prefere não mostrar rejeição, mas hashtag #SaiDilmaVez ultrapassa hashtag governista #AceitaDilmaVez”.
Quando DG vai avisar seus fãs que seus números são inflados? Provavelmente, nunca. Fonte quente. A divisa da supracitada auditoria do Twitter é “expondo fraudes desde 2012”.

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