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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 06, 2015

Os três filhos de Roberto Marinho –, não têm nome próprio – devem estar preocupados


J. Hawilla grampeou a famiglia Marinho?
Os três filhos de Roberto Marinho – que, segundo o afiado blogueiro Paulo Henrique Amorim, não têm nome próprio – devem estar preocupados. Uma nova descoberta nas investigações do escândalo de corrupção da Fifa deve tirar o sono dos bilionários herdeiros. Segundo o noticiário internacional, J. Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic e afiliado da Rede Globo, utilizou grampos telefônicos desde 2013 como parte do acordo firmado com o Departamento de Justiça dos EUA para apurar o esquema de corrupção no futebol e aliviar a sua pena.
Segundo o Miami Herald, o empresário-picareta gravou as conversas com outros mafiosos metidos em pagamento de propina e lavagem de dinheiro. Uma delas fisgou o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, que foi preso no final de maio na Suíça com mais seis cartolas da Fifa. De acordo com o jornal, o diálogo obtido pelo FBI entre Hawilla e Marin ocorreu em abril de 2014, em Miami. Na conversa, eles trataram da distribuição de propina – R$ 2 milhões anuais – relacionada aos direitos de transmissão da Copa do Brasil.
Ainda de acordo com a reportagem, José Maria Marin sugere que Ricardo Teixeira – o seu antecessor na CBF – deveria parar de receber, e que o dinheiro passasse a ser encaminhado para ele e a Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF. Na tradução livre realizada pelo Jornal do Brasil, o diálogo é demolidor: "Em determinado momento, quando [Hawilla] perguntou se era realmente necessário continuar pagando propinas para seu antecessor na presidência da CBF, Marin disse: 'Está na hora de vir na nossa direção. Verdade ou não?'... "[Hawilla] concordou dizendo: 'Claro, claro, claro. Esse dinheiro tinha de ser dado a você [ou vocês]. Marin concordou: 'É isso'".
O que mais que estes explosivos grampos revelarão? J. Hawilla parece que abriu o bico nos EUA em troca da sua liberdade. Ele ainda teve que devolver US$ 151 milhões (R$ 473 milhões) em um acordo com o Departamento de Justiça em dezembro de 2014, quando confessou sua participação no esquema de extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Em 14 de maio de 2015, os acusados da Traffic Sports USA Inc. e Traffic Sports International Inc. foram considerados culpados por fraude bancária. Os três filhos de Roberto Marinho terão pesadelos nas próximas semanas!
(Por Altamiro Borges / Postado por Emanoel Messias)

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