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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 10, 2010

Céu de brigadeiro para o Brasil






O déficit brasileiro é o menor dos membros do G-20


BRASIL E A CRISE INTERNACIONAL


Em 2009 o PIB (produto interno bruto) de todo planeta era de US$ 54,6 trilhões e a divida dos 30 países mais industrializados somava US$ 43,0 trilhões. Ou seja, 78% de tudo que se produzia no planeta;

Desde 2007 até hoje houve um aumento de 7 vezes no déficit das nações pelo repasse de amplos recursos públicos, em grande parte, ao Sistema Financeiro Privado;

Os membros do Mercado Comum Europeu tiveram seus limites financeiros fixados pelo Tratado de Maastricht para que as dividas públicas não ultrapassassem 60% de seus respectivos PIBs. E seus déficits não ultrapassassem a 3% do PIBs.


DIVIDAS DE PAÍSES EUROPEUS – 2009/2010
PAÍS
DIVIDA PUBLICA EM
RELAÇÃO AO PIB
DEFICIT PUBLICO
IRLANDA
64,0%
14,3%
PORTUGAL
78,8%
9,4%
GRÉCIA
115,1%
13,6%
ESPANHA
53,2%
11,2%
ITÁLIA
115,8%
5,3%
REINO UNIDO
68,1%
12,8%
FRANÇA
77,6%
8,4%
ALEMANHA
76,7% *
5,6%
*Última atualização (maio de 2010)

O Vice-Presidente do Banco Central Europeu (BCE). Lucas Papademos declarou: "Estamos passando no momento por uma segunda onda de baixas contábeis relacionadas ao desempenho dos empréstimos”. Para a autoridade monetária, as perdas são decorrentes da pressão negativa dos mercados e maior controle da alavancagem. O prejuízo estimado em 2010 e de 90 bilhões de euros (R$ 203 bilhões) e em 2011 e de 105 bilhões de euros (R$ 234 bilhões).

No ano de 2009, a divida publica do Brasil corresponde a 43% do PIB brasileiro, e a dos EUA corresponde a 94% do PIB americano. A divida publica do Japão correspondia a 227% do PIB japonês;

O déficit do Brasil previsto é de 1,5% do PIB nacional, o dos EUA é de 11,0% e do Japão 7,9%.
O déficit brasileiro é o menor dos membros do G-20;
PAÍS
DIVIDA PUBLICA EM
RELAÇÃO AO PIB
DEFICIT PUBLICO
USA
94,0%
11,0%
JAPÃO
227,0%
7,9%
BRASIL
43,0%
1,5%

Déficit Publico – Excesso das despesas sobre receitas. O ideal e o déficit seja igual à zero ou que sua receita seja maior que a despesa. No déficit estão inclusos os efeitos da correção monetária, juros e variação cambial (nas receitas e despesas).

Divida Publica - Conjunto de dividas que um Estado Nacional mantém com particulares ou outros Estados.
A expressão monetária (expresso em moeda do pais) da Divida Publica não e importante por si só para a analise da economia de um pais se não tiver relacionamento com outra variável o PIB. A relação da Divida Publica e o PIB e um indicador econômico que permite uma analise mais profunda da situação de um Estado. Evidente que podemos acrescentar outros indicadores econômicos como nível de vida, nível de emprego, qualificação profissional, saúde, meio ambiente, reservas cambiais, etc.
No Mercado Comum Europeu o limite desejado, de acordo com o Tratado de Maastricht, e de que nenhum pais membro do MCE tenha uma divida publica superior a 60% do PIB. Raros são os países europeus que alcançam este índice.

A divida brasileira hoje se encontra em movimento decrescente tendo atingido menos de 43% em relação ao PIB. Em 2003 era de 52% do PIB. O Brasil se destaca e apresenta altos índices de confiabilidade internacionais graça aos seus indicadores econômicos.

A mídia televisa escrita e radiofônica, tem sido leviana em seus comentários e analises. Ela aborda somente o "quantum" da divida sem acrescentar qualquer outra variável econômica.
Importante é colocar para a população a incidência de juros (Selic) que limita a capacidade investimentos do governo e acelera o crescimento nominal da dívida interna.


A Divida Externa - iniciada em 1824, durante 182 anos, condicionou a atuação das autoridades financeiras nacionais aos interesses de nossos credores externos.

A libertação da nação desta divida só se deu na medida em que nossas reservas em moeda estrangeira superaram os débitos que tínhamos com os credores externos.

Em 1998 quando da crise cambial (real com valor fixo em relação ao dólar) o FMI foi solicitado por 3 vezes a socorrer o país. A primeira vez com o empréstimo com o de US$ 43,5 bilhões de dólares ( Agosto de 1998) e a segunda e a terceira respectivamente de US 15 bilhões (Agosto de 2001) e US$ 30 bilhões ( Agosto de 2002), totalizando US$ 86,5 bilhões. Na gestão posterior (2003/2010) estes débitos foram totalmente pagos. O Brasil passou, com recursos próprios que alocou no FMI, de devedor para credor da instituição.

O Brasil, enquanto devedor foi solicitado e assinou o Tratado da Não Proliferação Nuclear em Dezembro de 1998.

Em Maio de 2010 as autoridades financeiras do Brasil declaram que seu nível de reservas cambiais chegara a US$ 250 bilhões.

Em termos de credito e debito externo a situação do Brasil é muito boa. Não se aplica mais ao país a expressão pejorativa usada no passado: “o rabo abana o cachorro!".

O que ocasionou esta situação privilegiada do Brasil num quadro internacional de crise.
A economia brasileira nos últimos 50 anos esteve, fundamentalmente, ligada ao mercado interno. As exportações representaram em 2008, 13,8% do PIB e, em 2009, 11,3% do PIB.
A criação de 11 milhões de novos empregos; o ingresso de 22 milhões de pessoas que mudaram de classe social (D para C) e passaram a consumir mais produtos; os aumentos reais do salário mínimo (mais que o dobro da cesta básica); fontes de financiamento para consumo e investimentos com juros reduzidos e de fácil acesso BNDES, BB, Caixa Econômica); garantia de mercado ao pequeno produtor rural; intervenção do Estado na economia; desempenho lucrativo e expansionista das empresas estatais; etc; ocasionaram um impulso muito grande ao mercado interno diminuindo consideravelmente as influências externas em nossa economia.
Não poderíamos deixar especialmente de destacar os dividendos pagos pelas estatais ao Tesouro Nacional. Elas pagaram no ano de 2009 a importância de R$ 26,0 bilhões, além dos impostos inerentes a sua atuação no mercado. Este valor equivale a 2 anos de bolsas-famílias, e é superior ao valor do Imposto de Importação mais o Imposto do Cide-Combustível -.
Houve em ocasiões anteriores (1991/2002) a privatização de varias estatais (CSN, Telebrás, Vale do Rio Doce, Bancos Estaduais, Companhias de Energia Elétrica, Estradas de Ferro, etc, etc, etc). Este processo foi interrompido em 2003.
O que fica provado com dados concretos é que as empresas privadas ou públicas tem sucesso ou vão à falência em função da atuação dos seus gestores eleitos ou nomeados. Se a pessoa que assumir a gestão for incompetente ou desonesta a empresa fica insolvente ou vai à falência. Basta ir a qualquer Tribunal de Justiça e verificar. No caso da pública quem nomeia ou demite os gestores, são o Presidente, Governadores e Prefeitos sendo responsáveis perante o contribuinte pela privatização (insolvência ou (pré) falência alegada).

Eduardo Chuahy

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Acidente da BP no Golfo do México chama atenção para biocombustíveis

Marta Nogueira, Jornal do Brasil

RIO - O vazamento de petróleo da BP no Golfo do México – considerado a pior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos – trouxe à tona a discussão sobre a necessidade de se reduzir a dependência global por óleo a partir do maior uso das fontes de energia renováveis. O momento favorece o potencial brasileiro para a exportação de etanol. A capacidade produtiva do Brasil é de 7 mil litros por hectare, 2.300 litros a mais que nos EUA, de 4.700 litros por hectare.

Além disso, o etanol brasileiro, à base de cana-de-açúcar, inibe a emissão de 61% de gases do efeito estufa em relação à gasolina, enquanto o álcool americano, feito de milho, emite só 21% menos de CO². Mas de todo o biocombustível produzido no mundo, apenas 10% é negociado no exterior, devido às barreiras tarifárias.

– Os EUA reconhecem que o petróleo é uma energia suja, mas por outro lado há um lobby das petroleiras – destaca Henrique Chaves, professor Universidade de Brasília (UnB).

O governo brasileiro está pressionando os EUA para não renovarem o tributo adicional cobrado na importação de etanol, que vence em dezembro. Mas ainda há resistência no Congresso americano, porque a taxa de US$ 0,54 por galão (US$ 0,14 por litro) foi adotada desde 1980 para compensar a isenção fiscal concedida às empresas (nacionais e estrangeiras) que adicionam o biocombustível à gasolina. O governo americano gasta US$ 5 bilhões por ano para manter este incentivo.

– Os EUA deverão manter artificialmente a competitividade do seu álcool, que tem características inferiores ao etanol brasileiro – aponta o coordenador do Instituto de Energia da USP, Célio Bermann.

A tarifa extra forma de 30% a 40% o preço do etanol importado pelos Estados Unidos. Apesar da taxa ser classificada como temporária, já dura três décadas.

– Como a tarifa de importação é mais alta que os incentivos, fica muito difícil para o Brasil escoar sua produção nos EUA, que tem o maior consumo mundial de etanol – ressalta a representante da Divisão de Agricultura e Produtos de Base do Itamaraty, Paula Aguiar Barbosa. – Estamos com várias ações para que esta barreira seja derrubada. Nós tínhamos uma tarifa (de importação), derrubada no início do ano.

Paula lembra que, além da taxa extra, há a tarifa aduaneira para a importação de etanol nos EUA, que varia de 1,9% a 2,5%. Dentre as iniciativas brasileiras para incentivar a compra do álcool pelos americanos está o patrocínio à Fórmula Indi, que usa o biocombustível produzido no Brasil.

Os EUA consomem cerca de 50 bilhões de litros de etanol por ano, quase o dobro do consumido em solo brasileiro (27 bilhões por ano) e esperam alcançar a marca de 136 bilhões até 2022, segundo o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão. “Apenas 3 bilhões de litros de etanol vendidos nos EUA são importados.”

– Deste montante, os EUA pretendem consumir cerca de 80 bilhões de litros (21 bilhões de galões) de combustível não celulósico avançado (como é classificado o etanol de cana-de-açúcar feito no Brasil) – declara Leão. – Por questões ambientais, eles não podem plantar cana com a nossa eficiência.

Apenas 1,5% das terras aráveis são de cana

O Brasil investiu cerca de US$ 20 bilhões nos últimos cinco anos para construir 115 usinas de cana-de-açúcar, chegando hoje a um total de 430, informa Eduardo Leão, diretor-executivo da Unica. Cerca de 15% da cana moída produz etanol, o restante é direcionado para açúcar refinado e bioeletricidade. Segundo ele, o plantio de cana ocupa, em média, 1,5% das terras aráveis do país, o equivalente a 4 milhões de hectares, sem prejudicar a produção alimentícia.

– Só de pastagens, temos 160 milhões de hectares, que são subutilizados – defende Leão. – O país tem, em média, uma cabeça por hectare. Se a proporção fosse 1,5 cabeça por hectare (como acontece em São Paulo), poderíamos liberar 60 milhões de hectares para o cultivo de cana.

Leão explica que toda a cana é usada. “A partir do bagaço, geramos 1,5 vez a energia elétrica de Itaipu, quase 15 mil megawatts por ano, o equivalente a 15% da demanda nacional”, explica.

Leão conta que mais de 40% da frota brasileira são flex fluel (bicombustíveis), quase 11 milhões de veículos. Além disso, a gasolina no Brasil leva 25% de etanol em sua composição.

– Quando o preço do etanol está alto, os consumidores optam pela gasolina e normalmente os preços se ajustam – cita Leão.

Cerca de 30% do álcool consumido no Brasil deixa de pagar uma parte dos impostos, uma perda de R$ 1 bilhão por ano na arrecadação do governo, de acordo com o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras (Sindicom), Alísio Vaz.

– Podemos ter o álcool definitivamente no mercado interno, mas esta prática ilícita atrapalha.

doJB

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