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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 16, 2010

O PAC emperra em São Paulo






Lula acusa governo de São Paulo de atrasar licenças para obras do PAC


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o governo de São Paulo, administrado pelo PSDB, de atrasar a liberação de licenças ambientais para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado.

Ao inaugurar nesta sexta-feira um conjunto habitacional em Diadema, região metropolitana de São Paulo, ele pediu que os prefeitos "partam para a briga" para conseguir a autorização para as obras.

"Não é apenas em Diadema que as licenças não saem. Em vários lugares deste Estado me parece que tem uma pessoa que não sei quem é, que cria dificuldades para dar as licenças ambientais para a gente fazer as coisas. É importante que os prefeitos partam para a briga", disse o presidente.

Lula subiu o tom ao criticar os órgãos responsáveis pelo licenciamento no Estado.

"Nossa passagem pela Terra é curta. E a gente não pode ficar a vida inteira esperando a vontade de um burocrata que tá com a bunda na cadeira, com ar-condicionado, sentado, sem se preocupar como é que o povo está vivendo".

Em seguida o presidente justificou os termos usados para se referir aos servidores paulistas.

"Eu já estou quase deixando de ser presidente e vou voltar a falar do jeito que sempre falei neste país".

Ao lado do prefeito Mário Reali (PT), Lula entregou as chaves de 252 apartamentos construídos na antiga favela Naval, comunidade conhecida por episódios de violência policial nos anos 90.

O conjunto habitacional faz parte do PAC, e teve investimentos de R$ 13,8 milhões.

SERRA E PSDB , IMPEDEM OBRAS DO GOVERNO FEDERAL EM SÃO PAULO,A POPULAÇÃO QUE SE LIXE

Lula critica atraso na concessão de licença ambiental em SP

'Não dá para ficar esperando a boa vontade de um burocrata', disse presidente em inauguração de conjunto habitacional

Em um discurso de improviso nesta sexta-feira, 16, durante a inauguração de um conjunto habitacional na cidade de Diadema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom contra "burocratas" do governo de São Paulo, que, nas palavras dele criam "dificuldades para dar licença ambiental" para o governo federal "fazer as coisas". Durante a entrega da primeira etapa do projeto de urbanização da antiga Favela Naval, Lula disse que o governo estadual impede a União de fazer obras e projetos na região e não atua como parceiro, apesar de ter terrenos disponíveis.


Ao se referir ao prefeito de Diadema, Mario Reali (PT), que discursou pouco antes do presidente, Lula disse que o prefeito havia se esquecido de criticar "a pessoa do Estado que tem de dar licença ambiental para fazer as coisas aqui". "Não é apenas em Diadema que as licenças não saem, mas também em outros lugares do Estado. Me parece que tem uma pessoa, que eu não sei quem é, que cria dificuldades para dar licença ambiental para a gente fazer as coisas", afirmou o presidente. "Nossa passagem pela Terra é muito curta. Não dá para ficar a vida inteira esperando a boa vontade de um burocrata com a bunda na cadeira, no ar condicionado, sentado sem se preocupar em como o povo vai viver."


Lula disse que é importante que os prefeitos assumam essa briga com o Estado. "A nível federal nós temos brigado muito para que a gente consiga liberar as coisas com a rapidez necessária."


O presidente justificou o seu linguajar pela proximidade do fim de seu mandato como presidente da República. "Sei que a gente é governo e tem de ter diplomacia e linguajar adequado, mas eu estou quase deixando de ser presidente e vou voltar a falar do jeito que sempre falei nesse País", afirmou, muito aplaudido pela plateia de moradores da região, que ouviam o presidente ao ar livre, apesar do frio e da chuva.


O prefeito de Diadema também cobrou uma atuação mais ativa do governo do Estado em obras de urbanização da cidade. "O Estado tem área disponível e tem de entrar como parceiro no Programa de Aceleração do Crescimento(PAC) 2", disse. O projeto de urbanização da região custou R$ 25,5 milhões, dos quais R$ 20,5 milhões vieram do governo federal e R$ 5 milhões do município. Cada uma das 252 unidades habitacionais, de 42m?, custou R$ 34 mil, dos quais R$ 19,6 mil foram repassados pelo governo federal e o restante, pela Prefeitura de Diadema.

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