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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 01, 2010

Presidente da Colômbia encontra-se com Dilma e esvazia factóide de Serra e Indio sobre as FARC


Dilma Rousseff (PT), reuniu-se com o novo presidente colombiano, Juan Manoel Santos, que está em visita oficial ao Brasil.

A conversa com Dilma passou por assuntos sobre integração latino-americana, combate a pobreza, biocombustíveis, e cooperação no combate ao tráfico de drogas e armas.

Ao falar à imprensa, Dilma, disse que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) são um problema da Colômbia. Ela explicou que, se eleita, manterá uma clara posição de combate ao narcotráfico e de não interferência na forma com que o governo colombiano se relaciona com a guerrilha, respeitando a auto-determinação dos povos.

No entanto, ela ressaltou que não relutará em ajudar o país vizinho, caso isso seja solicitado. O Exército Brasileiro já mediou recentemente a logística para libertação negociada de prisioneiros pelas FARC a pedido do governo colombiano.

Dilma disse que não chegou a conversar com o presidente colombiano sobre as acusações feitas pelo vice na chapa tucana, Indio da Costa, de que exista relação entre o PT e as Farc. “Isso é uma coisa somente do meu adversário. O presidente colombiano e todos sabem da relação de respeito que o governo Lula teve durante todos os episódios envolvendo as Farc”, disse.

Segundo Dilma, a conversa com Santos foi proveitosa. Deram destaque aos acordos de cooperação para a vigilância da fronteira dos dois países, que se estende por aproximadamente 1.650 quilômetros em plena Floresta Amazônica. A petista contou que o presidente colombiano demonstrou preocupação com a continuidade da cooperação já firmada com o governo brasileiro para a vigilância da fronteira.

“Esse acordo já foi firmado com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e nós vamos dar continuidade para que nossa fronteira não vire uma área de atuação do crime organizado”, disse.

Dilma disse a Santos que seu projeto de defesa envolve a compra de dez veículos aéreos não tripulados, os chamados vants que serão usados na fronteira em conjunto com as ações policiais em terra. Esses vants são iguais aos usados por Israel para monitoramento.

Segundo Dilma, Santos também se mostrou interessado em conhecer os programas de distribuição de renda, inclusão e de incentivo à agricultura familiar que foram desenvolvidos no Brasil durante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Ele tem consciência de que a Colômbia tem 50% da população vivendo na pobreza e que a população de 45 milhões de pessoas pode representar um mercado consumidor poderosíssimo. Uma política de agricultura familiar poderia ser muito eficiente no combate à pobreza já que na Colômbia a pobreza é muito mais forte nas área rural”, destacou a candidata.

Em sua primeira viagem internacional após tomar posse, Santos pretende se encontrar com os dois candidatos com mais chances na disputa eleitoral. Hoje foi Dilma e amanhã está marcado um encontro com José Serra (PSDB).

A expectativa é se Santos cobrará de Serra a leniência do ex-governador de São Paulo com o PCC, e pelo abrigo que o traficante colombiano Juan Abadia encontrou no DENARC (departamento de narcóticos da polícia civil), mediante propina. (Com informações da Agência Brasil).

Veja o vídeo com a entrevista coletiva de Dilma aqui.
*amigosdopresidenteLula

Amazônia é elo de fortalecimento das relações entre Brasil e Colômbia

Se no passado a Amazônia pareceu uma barreira que separava Brasil e Colômbia, hoje é símbolo de comunicação e intercâmbio. Segundo afirmou o presidente Lula nesta quarta-feira (1/9), durante almoço com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, é preciso pensar a Amazônia em conjunto, compreender a riqueza e a complexidade dos ecossistemas florestais da região para saber como explorá-los de forma saudável. O caminho para isso, disse o presidente brasileiro, passa pelo fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, tornando-a instrumento efetivo de ação.

Lula ressaltou ainda a importância da cooperação no campo da energia renovável. Para ele, no futuro o mundo se dividirá entre países e sociedades capazes de gerar energia própria, com tecnologias adaptadas ao meio ambiente e os relegados a consumir combustível em condições de dependência extrema. O presidente afirmou, ainda, que é possível trabalhar com a Colômbia na área da defesa, em pesquisas e desenvolvimento na indústria aeronáutica, naval e terrestre.

Ouça aqui a íntegra da declaração do presidente Lula:

Sobre a questão de segurança nas fronteiras e o enfrentamento ao crime organizado, Lula afirmou que é preciso promover uma forte integração das ações, privilegiando a geração de trabalho e renda, e investimentos em saúde e educação. Lula e Juan Manuel Santos assinaram durante o encontro um acordo entre a Polícia Nacional da Colômbia e a Polícia Federal brasileira, que contempla esforços de ocupação cidadã nas divisas, em contraposição ao tráfico de drogas e armas.



Presidente colombiano estréia novo Palácio do Planalto

O presidente da Colômbia Juan Manuel Santos Calderón acertou em cheio ao escolher o Brasil como sua primeira visita ao exterior, pois assim pode ser o primeiro chefe de Estado estrangeiro a participar de uma solenidade oficial no recém reformado Palácio do Planalto -- reaberto no dia 25 de agosto após 15 meses de reforma. Juan Santos foi recebido com honras de Chefe de Estado na Praça dos Três Poderes, onde passou em revista as tropas do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP). Após subir a rampa do Planalto, Santos foi cumprimentado pelo presidente Lula e levado ao parlatório para assistir ao desfile das tropas e a salva de canhões.

O Blog do Planalto acompanhou a movimentação na rampa do Palácio desde os primeiros momentos do dia. Os minutos que antecederam o desebarque do presidente colombiano foram dedicados ao ensaio dos Dragões de Independência -- 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG) -- e soldados do BGP. Próximo ao meio-dia, o comboio do presidente colombiano chegou à via de acesso da Praça dos Três Poderes, onde Santos desembarcou e passou em revista as tropas que se posicionavam em frente à praça.

Ao pé da rampa, o colombiano foi recebido pelo chefe do cerimonial do Itamaraty, Jorge Prata, e pelo chefe do cerimonial da Presidência da República, embaixador Marcos Raposo. Dali, o presidente colombiano foi conduzido até a entrada do Planalto para os cumprimentos de praxe do presidente Lula, que assistiu ao desfile das tropas ao lado de Santos.

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