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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 10, 2011

A César o que é de César, Escárnio!

Lula escolhe César Maia para criticar oposição
No almoço com parlamentares do Rio que integram a base política do governo, o ex-presidente Lula, criticou duramente a oposição, afirmando que ela é fraca, sem representatividade e intelectualmente incapaz de formular propostas para o país. Cerca de 70 políticos, incluindo o anfitrião Sérgio Cabral, seu vice Pezão e o prefeito da capital, Eduardo Paes aplaudiram com entusiasmo a personificação das críticas do ex-presidente: o ex-prefeito César Maia.
- A oposição está muito fraca, sem rumos. Nada mais expressivo do que César Maia, um homem que já foi candidato a tudo - até à presidência ele quis ser -, já admite que será candidato a vereador. É o caso de se dizer de César Maia: o poder desceu-lhe à cabeça.
O almoço, no Laranjeiras, praticamente consolidou o apoio da base governista à candidatura à reeleição do prefeito Eduardo Paes. O discurso de Lula foi entendido como um recado direto ao senador Lindbergh Faria, que já lançou sua candidatura ao governo do estado com muita antecedência.
Ninguém fica brigando durante quatro anos. Tenho partido político, mas vou ajudar a todos os partidos e políticos que nunca faltaram ao meu governo. Se a maioria se entender para as eleições do ano que vem, estarei na maioria das cidades fazendo campanha. Mas, se apenas uma pequena parte se entender, eu estarei apenas nessa pequena parte. Não farei campanha onde não tiver entendimento.
Já dando o tom do que será seu discurso país afora, Lula, ao falar de economia, defendeu a mudança de alguns conceitos, mas só para poder reafirmar sua posição contrária aos desvios das funções sociais do BNDES, especialmente no caso Pão de Açucar.
- Se o BNDES, por exemplo, empresta bilhões ao Pão de Açucar, dizem que é investimento, mas investimento sem gerar um único emprego. Que se pegue então esse dinheiro e invistam em bolsas de estudos para os milhares de jovens que não podem estudar. Ou que peguem esses bilhões e distribuam pro povo poder comprar nesses supermercados caros - disse.
Em relação à crise econômica atual, desta vez, Lula não usou o termo "marola" e reconheceu sua gravidade. Mas manteve o otimismo, informando que o país está muito mais robusto para enfrentá-la do que esteve nas anteriores. E voltou a culpar " arrogância do modelo esgotado".
Por Jorge Bastos Moreno
By: Blog do Amoral Nato
*comtextolivre

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