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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 07, 2011

Dilma :  desemprego não é saída para crise

“A nossa mensagem no G-20, o grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, foi muito clara: a crise econômica mundial, que está abalando, principalmente, os países da Europa e os Estados Unidos, não pode ser resolvida com desemprego e muito menos com a redução dos direitos trabalhistas”.
O recado da presidenta Dilma Rousseff, hoje, no programa Café com a Presidenta (clique na seta para ouvir), deve ser ouvido com muita atenção, porque significa que, se este não é remédio para o mundo, muito menos o é para o Brasil.
E não adianta defender o emprego e, na hora das decisões de política econômica, o Governo baixa os juros e os bancos, não.
Escrevi hoje, no Projeto Nacional um artigo que contém dados escandalosos sobre o “spread” bancário – a diferença entre o custo da captação do dinheiro e a taxa com que ele é emprestado. Segundo os números divulgados pelo Banco Central, o “spread” representava 61% do valor total da taxa de juros, em dezembro de 2009. Agora, esta proporção é de 72%, mesmo com a redução de custos administrativos dos bancos e com o recuo da taxa de inadimplência.
Por isso é que seus lucros batem recorde a cada trimestre e por isso o Brasil cresce menos do que podia crescer.
ouça o programa no
*Tijolaço

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