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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Cresce o número de russos que preferem o sistema soviético

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Posted: 10 Feb 2013 03:14 AM PST
Leia em nosso site: Cresce o número de russos que preferem o sistema soviético
Cresce o número de russos que preferem o sistema soviéticoEm pesquisa conduzida entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2013 pelo Instituto Levada Center (antiga VCIOM, na União Soviética), o número de russos que preferem o sistema soviético ao capitalismo cresceu consideravelmente em comparação com o ano anterior.
Cerca de 36% dos pesquisados consideram o sistema soviético o melhor para o país, comparados com 29% em 2012. Já o número dos que preferem a “democracia ocidental” caiu de 29% para 22%.
Apenas 17% afirmaram que permanecem leais ao sistema político existente, o que também apresenta uma queda, já que eram 20% em 2012.
A pesquisa também perguntou sobre o sistema econômico, e os resultados agora mostram que mais da metade da população (51%) prefere um modelo econômico baseado no planejamento central (eram 49% em 2012). Apenas 29% preferem um sistema de propriedade privada e livre mercado, uma queda brusca em relação ao ano anterior, quando eram 36%.
Mário Lopes

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