Pesquisadores expõem na China um panorama da ciência feita no Brasil
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A necessidade de
estreitar laços entre brasileiros e chineses no campo da ciência e
tecnologia é cada vez mais evidente, acompanhando o crescimento dos dois
países em diferentes áreas, da pesquisa acadêmica ao setor produtivo.
Parte das discussões para ampliar a parceria sino-brasileira vai ganhar
corpo entre os dias 16 e 18 de abril, quando acontece em Pequim a FAPESP
Week Beijing – Brazil-China Scientific Collaboration.
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O
evento será promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP) em conjunto com a Universidade de Peking (PKU, na
sigla em inglês), e vai reunir pesquisadores de ambos os países na
capital da China para discutir estudos nas áreas de ciência
dos materiais, meio ambiente, energias renováveis, agricultura, ciências
da vida, medicina e saúde.
O foco principal do simpósio será o
de aumentar o relacionamento entre os pesquisadores do Estado de São
Paulo e os pesquisadores chineses de diferentes instituições de ensino e
pesquisa daquele país, com o objetivo de promover estudos conjuntos que
beneficiem a população de ambos os países.
A estratégica aproximação entre China e Brasil em ciência e tecnologia deve-se ao fato de que, nos últimos anos, a China vem se destacando enormemente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, resultado do grande volume de recursos destinados pelo país asiático para C&T, que o tornaram um dos que mais investem em pesquisa no mundo, com reflexos claros em sua produção acadêmica e sua economia, por exemplo.
Em setembro de
2013, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, esteve na FAPESP
acompanhado da conselheira política da embaixada da China em Brasília,
Tian Min, e do adido civil da representação chinesa no Brasil, Deng
Huan, para discutir a crescente e estratégica aproximação entre os dois
países nas áreas de ciência e tecnologia.
No
mês seguinte, uma delegação da Universidade de Peking, chefiada
por Wang Enge, presidente da PKU, esteve na FAPESP a fim de conhecer
melhor os mecanismos adotados para o financiamento à pesquisa em São
Paulo, além de um perfil das principais instituições de ensino e
pesquisa localizadas no Estado.
Em contrapartida,
representantes da Fundação estiveram em Pequim em junho de 2013 e março
de 2014, para discutir e preparar o evento que ora se concretiza.
O simpósio em Pequim é parte de um esforço da FAPESP pela internacionalização da pesquisa brasileira. Desde 2012, a Fundação já organizou simpósios científicos em Washington, Morgantown, Cambridge, Charlotte, Chapel Hill, Raleigh (EU A), Toronto (Canadá), Salamanca e Madri (Espanha), Tóquio (Japão) e Londres (Reino Unido).
A
fim de que as pesquisas apoiadas pela Fundação estejam entre as mais
destacadas no mundo, a FAPESP tem feito parceria com instituições de
pesquisa internacionais, além de agências de fomento e empresas em
países conhecidos pela alta qualidade de suas pesquisas.
Cooperação científica
De acordo com o embaixador da China no Brasil, nos últimos anos seu país aumentou significativamente os investimentos em ciência, tecnologia e educação, o que fez com que outros setores da sociedade chinesa percebessem os resultados desses investimentos, passando a apoiá-los como prioridade. Isso explicaria, segundo ele, a expressiva participação das empresas no desenvolvimento científico e tecnológico chinês.
Para
Celso Lafer, presidente da FAPESP, este é o momento de a Fundação
incluir a China em seu processo de internacionalização, tendo em vista
os significativos investimentos realizados pelo país asiático em
pesquisa e desenvolvimento.
“São Paulo pode tornar-se um parceiro importante na produção do conhecimento
para as universidades e instituições de pesquisa da China, visto que
produz 50% da ciência brasileira. Em diferentes áreas, nossas pesquisas
vêm se internacionalizando rapidamente, e precisamos criar condições
para aumentar nossa produção científica e tecnológica também com os
chineses. Assim, os valores da ciência poderão fazer parte da construção
de fortes laços entre as sociedades dos dois países”, diz.
De
acordo com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da
Fundação, a crescente produção científica chinesa justifica a
aproximação com instituições e pesquisadores daquele país. “Com os
eventos FAPESP Week tem sido criadas oportunidades
para aumentar a visibilidade da ciência feita em São Paulo e com isso
criam-se oportunidades para projetos de pesquisa colaborativos
internacionais. Com o evento na China buscamos intensificar as
oportunidades de colaboração com pesquisadores naquele país,
especialmente com os da Universidade de Peking, responsável por parte
significativa da produção científica chinesa.”
Programação
Satélite sino-brasileiro |
No primeiro dia da sessão de palestras, após uma apresentação do diretor científico da FAPESP com um panorama da ciência e tecnologia no Estado de São Paulo, serão expostos trabalhos desenvolvidos por pesquisadores dos dois países nas áreas de ciência dos materiais e nanomateriais, quando serão abordados, entre outros aspectos, o desenvolvimento de modelos para carga eletrostática e suas possibilidades de uso na produção e conservação de energia.
O segundo dia do evento estará
reservado para as apresentações de pesquisadores da área da de ciências
ambientais e energias renováveis, com palestras sobre o desenvolvimento
do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre, que incorpora conhecimentos
sobre as florestas e oceanos tropicais e sua influência nas mudanças
climáticas globais, e sobre as tecnologias para superar os desafios para
a produção de biocombustíveis de segunda e terceira geração.
Agricultura,
ciências biológicas, medicina e ciências da vida serão as áreas
abordadas pelos pesquisadores durante o terceiro dia do evento. Entre os
temas das apresentações estarão estudos sobre a relação do investimento
em capital humano e as mudanças tecnológicas na agricultura, pesquisas
sobre as estratégias de remodelação da fisiologia de plantas para os
processos de produção de alimentos e bioenergia, e as novas tecnologias
em neuroimagem, ressonância magnética e biomarcadores para o tratamento
da epilepsia.
Como parte da programação, a Universidade de Peking
receberá também a mostra Brazilian Nature – Mistery and Destiny,
dedicada à divulgação da biodiversidade brasileira. A programação
completa do evento pode ser conferida no endereço http://week2014china.aston.fapesp.br/. A participação é aberta ao público, mediante inscrição.
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