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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 16, 2014

Manifesto do PCR para o 2º turno das eleições: “Impedir a entrega do Governo do Brasil aos bancos e ao fascismo!”

PCR_partido_comunista_revolucionarioOs ricos (a classe dos capitalistas) e os trabalhadores conscientes de todo o mundo estão neste instante com os olhos voltados para o Brasil em função das eleições do próximo dia 26 de outubro, quando será escolhido(a) o(a) próximo(a) presidente do Brasil. É grande a expectativa por qual rumo seguirá o governo nos próximos anos, pela importância econômica e política que o país ocupa na América Latina e no mundo. Para os países imperialistas, este é um momento chave para que o Brasil volte a ser governado por um criado do grande capital, como aconteceu no período de FHC-PSDB (1995-2002).
Aécio é o candidato dos bancos e do imperialismo
De fato, no governo de FHC, o PSDB patrocinou o maior escândalo de entreguismo e corrupção da história do país: a entrega quase de graça, sob o nome de privatização, das grandes estatais nacionais e ainda a criação do programa de ajuda aos banqueiros (PROER), que custaram aos cofres da nação R$ 119,3 bilhões.
Todo o discurso contra a corrupção na Petrobras, portanto, não é para moralizar a gestão pública. Na verdade, querem enfraquecer a defesa deste patrimônio histórico e entregá-lo à sanha dos capitalistas, como fizeram com a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional, os bancos estaduais ou mesmo as telecomunicações.
A grande “mudança” proposta por Aécio, representa a retomada do arrocho salarial e o aumento dos juros, para garantir ainda mais lucros para as grandes empresas e bancos, como fica claro com a indicação do banqueiro Armínio Fraga para ministro da Fazenda, o mesmo que, ao analisar as causas do baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), declarou: “a causa é a alta do salário mínimo e juros baixos”.
Votar nessa “mudança” é, sem dúvida, retornar ao passado e colocar novamente o Brasil de joelhos diante do imperialismo, principalmente dos Estados Unidos, com a adoção de uma política de Estado mínimo prejudicando a imensa maioria do povo brasileiro no acesso à saúde, educação e tantos outros serviços essenciais.
Prova disso é que, internacionalmente, Aécio já anunciou que dificultará as relações econômicas e políticas com nossos vizinhos que lutam por sua independência, como Bolívia, Venezuela e Cuba, mas silencia contra os EUA e sua política de guerras ou contra o massacre promovido por Israel contra o povo palestino.
Um governo do PSDB representaria ainda uma nova escalada de repressão e perseguição aos movimentos sociais, com a possibilidade da volta de intervenções em sindicatos (como ocorreu com os petroleiros, em 1995), perdas de direitos trabalhistas, e ainda ampliando a voz dos setores mais reacionários e fascistas da sociedade, que buscam a todo custo impedir a organização e a luta do povo por melhores condições de vida e contra a exploração capitalista.
Organizar a unidade popular e avançar na luta para o socialismo
Na verdade, para tirar o Brasil da crise e efetivamente mudar nosso país, é preciso romper totalmente com o grande capital que está destruindo a humanidade, como temos acompanhado nos últimos anos com as crises dos Estados Unidos e da Europa.
Só alcançaremos um verdadeiro desenvolvimento econômico, que atenda aos interesses do povo e não apenas de meia dúzia de ricos, adotando medidas como: a nacionalização dos bancos, a suspensão do pagamento da dívida pública, promoção de uma profunda reforma agrária, adoção de uma reforma urbana que ataque o déficit habitacional, garantia de educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis, reestatização de todas as empresas privatizadas e estatização do transporte público, fim de qualquer tipo de discriminação e da violência contra as mulheres, negros, indígenas, LGBTs e pobres, democratização dos grandes meios de comunicação, socialização dos monopólios e dos meios de produção dos setores estratégicos da economia, e avançando ainda mais no direito à Memória, Verdade e Justiça, com punição aos crimes cometidos pela Ditadura Militar.
Será a partir da mobilização e da organização dos trabalhadores (as) da cidade e do campo, que conseguiremos atingir esses objetivos e construir o Poder Popular, estabelecendo um Governo Revolucionário dos Trabalhadores, na construção de uma sociedade socialista, uma sociedade sem miséria, sem exploradores e sem explorados.
Votar em Dilma para derrotar a direita e avançar a luta popular
Assim, no 2° turno dessas eleições, não há outra opção para derrotar um possível governo do PSDB e Aécio Neves, a não ser votando em Dilma Rousseff para presidente da República.
Com um governo do PSDB, perderão os trabalhadores que lutam por melhores salários, os sem-terra na luta pela reforma agrária, os sem-teto que buscam o acesso à moradia, a juventude que anseia emprego digno e educação de qualidade, as mulheres que almejam igualdade de direitos. Perderá o povo que luta e sonha com um país melhor.
Por tudo isso, o Partido Comunista Revolucionário (PCR) convoca o povo brasileiro a dizer não ao candidato do imperialismo e dos bancos, derrotar a direita e avançar na luta popular. Dia 26 é dia de votar no Brasil votando em Dilma.
Partido Comunista Revolucionário (PCR)
União da Juventude Rebelião (UJR)
*AVerdade

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