Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 10, 2014

Washington Post destaca a ajuda de Cuba no combate ao ebola


Um artigo do jornal norte-americano The Washington Post reconheceu a importância da ajuda médica de Cuba aos países africanos que sofrem os embates do vírus do Ébola, depois que 165 profissionais da ilha chegaram a Freetown, Serra Leoa. 


Reprodução
Médicos cubanos irão ajudar no combate ao ebola em Serra Leoa. Médicos cubanos irão ajudar no combate ao ebola em Serra Leoa.
Intitulado "Na resposta médica ao Ébola, Cuba está golpeando muito acima de seu peso", o artigo do jornalista Adam Taylor destaca a resposta país caribenho, que é um provedor de sua experiência médica, em um momento que a comunidade internacional "se arrasta" para enfrentar o vírus.

O The Washington Post sublinha que Cuba, apesar de ser uma nação pobre, com um PIB que é quase a sexta parte do que exibe o Reino Unido, deu uma resposta rápida e contundente, acima dos oferecimentos sanitários de muitos dos países mais ricos do mundo.

O artigo avaliou também o sistema universal de saúde cubano, tomando como referência as apreciações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao reconhecer os extraordinários avanços médicos que levam Cuba a atingir indicadores que se igualam pelos atingidos em países desenvolvidos como a redução da mortalidade infantil e a alta espectativa de vida.

Leia também:
Cuba: Raúl Castro se despede de médicos que viajam para combater ebola
Filha de Che Guevara diz que missão cubana contra ebola é um "dever"

Reconheceu também os sistemas de formação profissional de médicos e técnicos da saúde em Cuba, bem como a ajuda que brinda a ilha na preparação de centos de milhares de médicos e especialistas procedentes de países pobres.

Taylor destaca em seu artigo que Cuba tem prestado durante décadas, ajuda médica solidária a muitos países precisados, e sublinhou o oferecimento de Havana de ajudar aos danificados que provocou o furacão Katrina, nos Estados Unidos.

Enfatizou a sua vez, a resposta dada por Cuba para mitigar os danos provocados pelo vírus do Ébola, que prevê enviar outros 296 médicos e enfermeiras a Liberia e Guiné, os outros dois países mais afetados pela crise.

"Vai ser mais que os enviados por países bem mais grandes como a China e Israel, um país rico com uma população similar, que provocou uma polêmica nesta semana ao recusar enviar equipes médicas a África", comenta o artigo de The Washington Post.

Fonte: Prensa Latina

*Vermelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário