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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 12, 2015

Atenas exige da Alemanha reparações

Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia

Grécia busca reparações de guerra da Alemanha

© REUTERS/ Kostas Tsironis
MUNDO
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O Parlamento grego aprovou por unanimidade, nesta madrugada (11), a criação de uma comissão formada por todos os partidos para exigir reparações de guerra da Alemanha pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Durante um debate que durou mais de sete horas, os deputados de todos os partidos manifestaram consenso, apesar das divergências a respeito da forma como as reclamações devem ser formuladas.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, iniciou o debate na terça-feira (10), afirmando que o Governo "vai apoiar o esforço do Parlamento e oferecer todo o apoio político e legal" para conseguir resultados “através do diálogo”.
“A Grécia vai cumprir com as suas obrigações, mas o Governo vai trabalhar para que os outros cumpram as suas, o que ainda não fizeram", disse ele.
Tsipras reiterou que as vítimas gregas da ocupação nazista devem ser homenageadas e disse que "as recordações" desses crimes "estão vivas e devem ser mantidas vivas, não para avivar a falta de confiança entre povos, mas também para recordar o que se passou quando se pretenderem impor sentimentos de superioridade nacional, em vez dos de solidariedade".
O premiê grego ressaltou que o povo alemão "pagou um preço muito alto" durante a Segunda Guerra Mundial, mas recordou que depois da assinatura do Acordo de Londres, em 1953, Berlim "deveria enfrentar as suas obrigações" resultantes da guerra, o que, em sua avaliação, tem procurado evitar com "astúcias legais".
Atenas exige da Alemanha reparações às vítimas e compensações pela destruição de infraestruturas, pelo roubo de tesouros arqueológicos e ainda pelo empréstimo forçado que o Terceiro Reich impôs sobre a Grécia, e cujo valor atual é estimado entre 7 e 11 bilhões de euros. 


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