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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 19, 2015

GGN: Aécio lidera doações de "proprietários" de contas do HSBC

Com um dos maiores e mais importantes bancos de dados secreto em mãos, o jornal O Globo e o jornalista Fernando Rodrigues não fazem o jornalismo de dados, com o cruzamento completo das informações. Ao analisar os arquivos das reportagens, é possível constatar que, além do que divulgaram,  o PSDB foi o maior beneficiado dos doadores para campanhas eleitorais com contas secretas no HSBC e o senador Aécio Neves foi também o candidato que mais recebeu. Esta última informação foi omitida dos jornais.


Gabriela Korossy/Agência Câmara
Aécio Neves e os parlamentares tucanos não assinaram o pedido de abertura da CPI do SwissLeaks-HSBC. Coincidência?Aécio Neves e os parlamentares tucanos não assinaram o pedido de abertura da CPI do SwissLeaks-HSBC. Coincidência?
Diretamente para a sua campanha foi destinado R$ 1,2 milhão de doadores que tinham contas secretas na filial do banco em Genebra. Em seguida, a também candidata à presidência, Marina Silva (PSB) angariou R$ 100 mil desses doadores. A presidente da República, Dilma Rousseff, não teve doações diretas dos proprietários dessas contas.

Excluindo o que foi depositado para o Comitê de Aécio Neves, os demais comitês (estaduais e contas de políticos) do PSDB receberam um total de R$ 1,725 milhão. Já o PT recebeu R$ 1,605 milhão, incluindo direção estadual e para os deputados federais Vicente Cândido (SP) e Janete Rocha Pietá (SP) e o deputado estadual petebista Campos Machado (SP). O PMDB contabilizou R$ 568 mil de doadores com contas na Suíça.

Esses dados integram um novo episódio do Swissleaks, em um seleto grupo de 976 doadores, que entregaram no mínimo R$ 50 mil para as campanhas eleitorais do último ano. Destes, 16 nomes aparecem nos arquivos que tinham contas secretas no banco suíço HSBC.

O balanço foi um resultado da integração do jornal O Globo no acesso aos dados disponibilizados ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), do qual Fernando Rodrigues também participa.

Até então, somente personagens pontualmente selecionados, de todas as 5.549 contas secretas de brasileiros, foram vazadas. Com a adesão da equipe de O Globo, informações sobre políticos ligados ao PSDB e à escândalos de corrupção que envolveram diversos partidos foram, aos poucos, sendo divulgadas.

Dessa vez, os jornalistas elencaram os 976 empresários que doaram mais de R$ 50 mil nas campanhas eleitorais de 2014. Encontraram, então, 16 nomes que estão na lista investigada do HSBC da Suíça.

Fábio Roberto Chimenti Auriemo, Filho de Fábio Roberto Chimenti Auriemo e Armínio Fraga teriam apresentado provas, de acordo com o blogueiro do Uol, de que suas contas foram declaradas à Receita Federal. O fato isentaria a ilegalidade das contas.

Cláudio Szajman, Benjamin Steinbruch, Carlos Roberto Massa e Hilda Diruhy Burmaian não apresentaram provas, mas afirmaram que foi declarado ou que as contas eram regularizadas.

Francisco Humberto Bezerra e Miguel Ricarto Gatti Calmon negaram que tivessem uma conta na filial suíça. Alceu Elias Feldmann, Edmundo Rossi Cuppoloni, Cesar Ades e Roberto Balls Sallouti disseram que não iriam responder sobre o assunto. José Antonio de Magalhães Lins, Gabriel Gananian e Jacks Rabinovich não responderam. E Paulo Roberto Cesso confirmou que teve uma conta, mas não disse se foi declarada à Receita.

Frente à essas informações é possível verificar, ainda, que curiosamente os doadores de Aécio Neves provaram ou afirmaram que as contas foram declaradas, segundo as divulgações de O Globo e Fernando Rodrigues.

Por outro lado, ainda que com todos esses números em mãos, a redação de O Globo não publicou tudo. Nem Fernando Rodrigues.

Para identificar que o senador e candidato derrotado Aécio Neves (PSDB-MG) liderou o índice de doações de contas suspeitas, foi preciso transcrever as quantias que cada empresário, donos das contas, repassou a cada político ou comitê. Neste caso, a ordem dos fatores altera o resultado. Uma vez separados por partidos, a visualização dos dados permite outras notícias.

O Jornal GGN também elencou de acordo com as respostas dos empresários:






Fonte: Jornal GGN

*Vermelho

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