Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 09, 2015

Organizador de ato contra Dilma é a favor de intervenção militar







               
Almir Fernandes Lima estima que cerca de cinco mil pessoas vão participar do evento em Araçatuba

O Brasil tem apenas dois caminhos. Ou "derruba" Dilma Rousseff do posto máximo da República por meios jurídicos e políticos, ou será necessária uma intervenção militar constitucional para retirá-la do poder. Isso é o que pensa o advogado Almir Fernandes Lima, organizador de uma marcha pelo impeachment da petista em Araçatuba.

Seja qual for o caminho, Lima acredita que é necessário mobilizar primeiro a população. Por isso, ele marcou para o próximo domingo, a partir das 9h, uma manifestação pró-impeachment, que começará na rotatória da avenida Pompeu de Toledo com a avenida Brasília e seguirá até a praça Rui Barbosa. Outros eventos no mesmo sentido estão programados para ocorrer em outras cidades do País, conforme os convites que circulam nas redes sociais.

A previsão de Lima é de que 5 mil pessoas compareçam ao evento. No Facebook da manifestação na última sexta-feira, 3,1 mil pessoas confirmaram presença no protesto, sendo que 32 mil receberam o convite para aderir à causa.

Segundo Lima, virão pessoas de outros municípios da região, como Birigui, Valparaíso, Guararapes, Santo Antônio do Aracanguá, Coroados e Nova Luzitânia. Um trio elétrico conduzirá os participantes.

TEORIA
Vereador derrotado pelo PSDB nas eleições de 2012 e um dos organizadores dos últimos protestos de junho de 2013 em Araçatuba, Lima tem uma teoria para que uma intervenção militar, que segundo o advogado está prevista na Constituição, seja legal e não se torne um golpe de Estado.

Ele explica: o Exército é subordinado à presidente pela lei. Porém, a população está acima tanto da chefe do Executivo, quanto das Forças Armadas. Como “todo o poder emana do povo”, se as pessoas exigissem nas ruas uma intervenção militar, o afastamento da presidente pelas mãos do Exército seria legitimado.
*

Nenhum comentário:

Postar um comentário