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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 17, 2012

Jesus de direita: pastor Malafaia é anti-Haddad

 



Pastor Malafaia: Evangélicos não vão dar ‘refresco’ para Haddad
da Carta Capital

O pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus do Ministério Vitória em Cristo, afirmou em entrevista ao portal Terra que não apoiará ninguém no primeiro turno das eleições em São Paulo, mas deve ajudar qualquer candidato contra Fernando Haddad (PT) caso ele chegue ao segundo turno. “A comunidade (evangélica), os líderes não vão dar refresco (para Haddad). Vamos cair em cima dele”, disse Malafaia ao Terra.
A rejeição de Malafaia à Haddad se deve ao material contra a homofobia que seria distribuído em escolas durante a gestão do petista no ministério da Educação. O material foi criticado por grupos conservadores e apelidado de kit-gay. Diante da pressão, o governo desistiu de distribui-lo.
Em 2006, Malafia foi responsável por uma manifestação diante do Congresso Nacional contra a lei criminalizadora da homofobia. Na ocasião o pastor afirmou que relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são a porta de entrada para a pedofilia. “Deveriam descer o porrete nesses homossexuais”, decretou, certa vez, em seu programa de tevê em rede nacional — ele alega que a frase tinha sentido figurado.
Nas eleições presidenciais de 2010, o pastor declarou apoio à Marina Silva (PV). Porém, antes do primeiro turno, abandonou à candidata e apoiou o tucano José Serra dizendo que Marina não tinha “convicção” nas suas posições sobre o aborto.
*OPensadordaaldeia

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