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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 02, 2013

Link to Jornal A Verdade


Posted: 01 Feb 2013 03:34 PM PST
Leia em nosso site: Evento: Os 70 anos da batalha de Stalingrado – A batalha que salvou o mundo
Jornal A Verdade promove evento em dois dias para celebrar os 70 anos da vitória soviética em Stalingrado, na batalha mais sangrenta da história e que foi o ponto de virada na II Guerra Mundial.
O primeiro dia será de exposições, intervenções e debate. No segundo dia será exibido o filme soviético A queda de Berlim (1949), nunca lançado no Brasil. As legendas para o português foram realizadas em 2011 pelo Centro Cultural Manoel Lisboa, e por ainda não estarem disponíveis na internet ou à venda esta é uma oportunidade única de assistir a este grande clássico, o qual mostra a guerra de uma perspectiva soviética, não-hollywoodiana.
Stalingrado 2
Dias: 06 e 07 de fevereiro, às 19hs
Local: Affemg – Rua Sergipe, 893, Funcionários, Belo Horizonte, Minas Gerais
Sobre o filme A queda de Berlim
A queda de Berlim tem direção de Mikhail Chiaureli, e apresenta uma recriação soviética da II Guerra Mundial. O filme foi produzido num momento de extremo prestígio de Stalin para com o povo soviético e os trabalhadores de todo o mundo devido aos grandes avanços da URSS e da vitória sobre o nazismo.
O próprio Stalin trabalhou no roteiro deste filme, refinando os bastidores da guerra e sua própria participação.
Para sua produção nada foi poupado: foram usados 5 divisões de artilharia e de infantaria, 4 batalhões de tanques, 193 aviões e 45 troféus Panzer alemães, assim como 1,5 milhão de litros decombustível para encenar as batalhas panorâmicas.
A memorável recriação da Batalha de Berlim, alcançando seu clímax na encarniçada batalha sobre o Reichstag, impressionou até mesmo os críticos ocidentais devido ao seu intenso realismo e belo espetáculo.
Igualmente memorável é o retrato de Hitler e seu círculo interno apresentado no filme, cuja insensatez e intrigas acontecem em um ambiente que recria a grandiosidade da Chancelaria do Führer e da claustrofobia de seu bunker com uma intensidade surrealista.
Stalin, Kalinin, Churchill, Roosevelt e Goebbels, entre vários outros líderes, são interpretados por atores incrivelmente semelhantes em sua aparência física, o que reforça o realismo deste épico.
O ator que interpreta Stalin, Mikhail Gelovani, por exemplo, é um georgiano que vinha se especializando em interpretar o grande líder soviético desde 1930, e que ficou famoso pela precisão com que reproduzia seus gestos e seu sotaque georgiano.
Um enredo secundário é o romance entre Aliosha, um metalúrgico stakhanovista que deixa a fábrica para lutar na guerra, e Natasha, uma bela e jovem professora, que é capturada pelos nazistas.
Este filme foi oferecido como um presente a Stalin pelo seu septuagésimo aniversário. Foi visto em seu lançamento inicial por mais de 38 milhões de soviéticos e venceu todos os conceituados prêmios Stalin imagináveis. Sua trilha sonora ficou a cargo do famoso compositor soviético Shostakovich.
A queda de Berlim foi abruptamente retirado de circulação por Kruschev, durante as campanhas de “desestalinização” iniciadas em 1953, após a morte de Stalin.
Tendo recentemente ganhado os direitos sobre os negativos originais, a International Historical Films oferece este épico há tanto tempo censurado em uma versão digitalmente restaurada, com legendas em inglês. A presente tradução para o português foi realizada pelo Centro Cultural Manoel Lisboa.
Abaixo screenshots de A queda de Berlim (1949)
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