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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 03, 2013

Presidente do PT diz que ação da imprensa pode levar ao nazismo


DE BRASÍLIA 
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem que a imprensa e setores do Ministério Público tentam "interditar" a política e por isso devem ser combatidos pelo partido. 
Em reunião da bancada do PT na Câmara, associou essa suposta prática ao nazismo e ao fascismo. 
Ao defender que os deputados petistas trabalhem pela regulamentação dos meios de comunicação, Falcão disse que a mídia "abre campo para as aventuras golpistas". 
Silva Junior - 14.nov.2012/Folhapress 

Rui Falcão, presidente nacional do PT

Rui Falcão, presidente nacional do PT 
"São esses a quem nominei que tentam interditar a política no Brasil e fazem com que ao mesmo tempo desqualifiquem a política. 
Quando desqualificamos a política, a gente abre campo para as aventuras golpistas, para experiências que no passado levaram ao nazismo e ao fascismo, que devemos definitivamente afastar do nosso país." 
Falcão disse que a imprensa e setores do Ministério Público integram o que ele chama de "oposição extrapartidária" e que há um "conluio" de quem não se conforma com a perda de privilégios. 
Ele mencionou a ação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que disse anteontem que deve enviar para a primeira instância um pedido de investigação do ex-presidente Lula por suposta participação no mensalão. 
Ele citou ainda Judith Brito, superintendente da Folha e vice-presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais). 
"Sejamos francos: quem é a oposição no Brasil? 
Há oposição dos partidos políticos, mas há oposição mais forte, mas que não mostra a cara, quando poderia fazê-lo. É o que chamo de oposição extrapartidária, que se materializa numa declaração que a imprensa veiculou de Judith Brito, que disse com todas as letras: 'como a oposição não cumpre seu papel, nós temos que fazer'. E vem fazendo." 
Sobre crítica semelhante, Brito disse em 2010: 
"O que a ANJ tem feito em suas manifestações, como sempre, é defender a liberdade de expressão, frente às seguidas tentativas do governo de criar regras para controlar os veículos de imprensa e os jornalistas". 
"O jornalismo sério num país democrático precisa ser livre e pluralista. No entanto, há grupos dentro deste governo que querem ouvir apenas um tipo de notícia e opinião: as favoráveis ao próprio governo. Esse papel da imprensa é exercido igualmente em relação ao governo e à oposição, e isso pode ser constatado todos os dias", completou. 
Para o presidente do PT, a proposta de regulamentação da mídia é "legítima" porque regulamentaria a Constituição. 
No governo Lula, a ideia ganhou contornos com um anteprojeto do ex-ministro Franklin Martins (Comunicação). 
Ontem, Franklin reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff, mas não quis dizer sobre o que trataram. 
Postado por Helio Borba 
*Cutucandodeleve

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