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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 01, 2013



Presidente argentina propõe que juízes sejam escolhidos por voto popular



Intenção de Cristina Kirchner é "democratizar a Justiça" do país; lei depende de aprovação do Parlamento

A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta sexta-feira (01/03) que pretende enviar ao Parlamento um projeto de lei para “democratizar a Justiça” do país. A medida prevê que os integrantes do Conselho da Magistratura, que nomeia e pode processar magistrados, sejam eleitos por voto popular.

Agência Efe

Cristina Kirchner quer minimizar a importância do corporativismo no Poder Judiciário argentino


"Quero uma Justiça democrática, não corporativa, sabendo que é parte do Estado e que deve aplicar a Constituição", afirmou Cristina durante seu discurso de abertura do novo ano legislativo no Congresso.

De acordo com a presidente, "é o povo que deve escolher seus representantes e que o sistema judiciário não pode ser um lugar ao qual só chegam conhecidos ou parentes".

"Todo cidadão que reúna os requisitos e seja aprovado nos exames deveria estar em condições de entrar", ressaltou.
Cristina lembrou que a Constituição estabelece que os conselheiros devem ser acadêmicos, mas não especificamente advogados. "É preciso dar a esse órgão uma representação popular onde a sociedade se veja refletida e representada", comentou.

Para reforçar seu ponto de vista, a presidente argentina criticou o fato de os membros do Conselho da Magistratura poderem ser reeleitos por eles mesmos. “Se houver 30 vagas e 300 candidatos, deveremos fazer um sorteio público. O Estado não pode ser tratado como uma empresa particular”, afirmou. 
*ÓperaMundi
*Nina

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