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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 08, 2013


Uma em cada três oficiais dos EUA já foi estuprada em guerra


Metade das oficiais dos EUA sofreu assédio sexual enquanto servia em guerras. Estudo sobre militares no Iraque e Afeganistão sugere maior ocorrência de abusos em zonas de combate

Cerca de metade das oficiais norte-americanas enviadas para a guerra do Iraque ou do Afeganistão relataram terem sido assediadas sexualmente durante as operações. Uma em cada três afirma que foi vítima de violência sexual.
Esses dados alarmantes foram resultado de uma pesquisa do Departamento de Veteranos dos Estados Unidos, citada por jornais do país, aonde mais de mil militares que serviram nas zonas de guerra nos últimos anos foram entrevistadas.
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Mulheres integrantes das Forças Armadas dos EUA são sexualmente abusadas com uma frequência surreal. (Foto: reprodução)
Em condição de anonimato, essas oficiais revelaram que a grande maioria dos agressores também faz parte da corporação militar. Em pouco mais da metade dos casos, esses oficiais eram de patente mais alta e por vezes, da alta hierarquia das Forças Armadas dos EUA.
Os resultados finais indicam que 48,6% das entrevistadas sofreram assédio sexual e 22,8%, violência sexual enquanto serviam em operações no Iraque e Afeganistão. No entanto, das 20 mil oficiais nos países, apenas 115 reportaram casos de abusos para os órgãos competentes no último ano.
Além de indicar o silêncio das militares violentadas, o estudo inédito aponta para a maior ocorrência de abuso sexual contra oficiais norte-americanas em zonas de guerra do que em bases militares no país.

Abusos: “traumas de guerra”

A conclusão dá nova vida para os resultados de uma pesquisa desenvolvida com mulheres que serviram em combate entre 2001 e 2004. Segundo os dados, a probabilidade de oficiais em zonas de guerra serem violentadas é 2,5 vezes maior do que a de outras militares.
*Pragmatismopolitico

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