Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 01, 2010

Aposentadoria na Educação, término de uma Carreira, início de um Descaso!!!











Flagrante de uma sessão de diálogo de Serra com os professores



Aposentadoria na Educação, término de uma Carreira, início de um Descaso!!!

Sou Professora do Estado de São Paulo, aposentada, lecionei 38 anos ingressando na carreira no final da década de 40 no ensino fundamental e como não poderia deixar de ser já naquela época eram muitas as dificuldades para o exercício da profissão em condições muito precárias mas minha missão era alfabetizar, formar cidadãos, ajudar a construir um País melhor. Pois bem, aqui em São Paulo vivemos há mais de uma década sob a administração do Partido do PSDB, partido este que até mesmo pelo histórico de seus integrantes e lideres, é de luta social e como não poderia deixar de ser a Educação deveria ser uma de suas prioridades, mas infelizmente não é o que esta acontecendo o que me causa uma grande frustração, com uma política de total opressão, indigna, chegando aos limites da crueldade, situação esta nem mesmo sendo vista nos auges tempos da Ditadura Militar, foi tirado do professor sua Política Salarial. Hoje um professor recebe Bônus, ao invés de reajuste salarial, e com isso os aposentados ficam excluídos não recebendo nenhum tipo de reajuste há pelo menos 12 anos. E pior, o Governo ainda se vangloria desta situação. Mas ao contrário do que o Estado deseja, aposentadoria não é sinônimo de morte e como qualquer outro trabalhador da ativa precisamos viver, consumimos água, energia, alimentos, remédios, moradia e etc… E estes produtos são reajustados também para o aposentado da Educação. É esta a política do PSDB para a Educação e seus profissionais que tanto se dedicaram para formar cidadãos??? É esta a política do PSDB para o aposentado? A Política da exclusão social e desumana através do achatamento salarial? Ao recorrermos á Justiça que reconhece nossos direitos, inquestionável, vira precatório e nada muda. A carreira do magistério que antes era uma profissão reconhecida e respeitada passa a ser um trabalho temporário, “um bico”, pois afinal qual profissional capacitado que investe na sua formação e se preocupa com seu futuro, irá ingressar em uma carreira que oferece um final tão triste?

Este é um desabafo de um Profissional da Educação que a cada dia vem perdendo seu poder aquisitivo, mas, ainda não perdeu o poder da palavra! Que Deus nos abençoe!

Georgina Nogueira Pacheco Costa (Professora do Estado de São Paulo, Aposentada)

do Conversa Afiada

Nenhum comentário:

Postar um comentário