Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 10, 2014

Por que malafaias e bolsonaros estão com Aécio Neves

por : malafaia bolsonaro

O amor, a amizade e o respeito não unem as pessoas tanto quanto o ódio a alguma coisa, dizia Tcheckhov.
Aécio Neves recebeu o apoio da hidrofobia ostensiva de Silas Malafaia e Jair Bolsonaro. Previsível?
Malafaia, depois do beijo da morte em Marina Silva, depois de afundar o Pastor Everaldo, se diz agora “Aécio desde criancinha”. Um cafajeste medieval, que pede aos fieis que lhe dêem parte do dinheiro do aluguel, capaz de apresentar um vídeo sobre o Estado Islâmico com imagens de crianças degoladas — relacionando tudo ao suposto “diálogo de Dilma” com os terroristas –, afirma que Aécio vai nos salvar da “roubalheira”.
Bolsonaro, uma piada trágica de extrema direita, anunciou que “mesmo que ele não queira, voto no Aécio Neves”. Para JB, “se Dilma conseguir a reeleição, não fugiremos de uma ida para Cuba sem escala na Venezuela”.
Deputado mais votado do Rio de Janeiro, Bolsonaro encontrou espaço caluniando, desrespeitando, mentindo, ameaçando. “A maioria dos gays é fruto do consumo de drogas”, declara. Defende torturadores, elogia um presídio como o de Pedrinhas, chama índios de “pestilentos e mal-educados”.
*diariodocentrodomundo

Nenhum comentário:

Postar um comentário