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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 18, 2015

ITAU: BILIONÁRIA HERDEIRA INÚTIL PROTESTOU NA PAULISTA


Tijolaço - Do Valor, agora à tarde, sobre a valorização forte das ações das empresas estatais brasileiras:

“A Bovespa ignorou o mercado externo e fechou em forte alta nesta terça-feira, impulsionado porcompras de investidores estrangeiros. Analistas apontaram que a bolsa brasileira está ficando atraente do ponto de vista do estrangeiro, devido à forte desvalorização do real nas últimas semanas. O fluxo de capital externo não é maior porque muitos investidores ainda têm dúvidas se a queda do real frente ao dólar já chegou no limite, se sentem inseguros com a instabilidade política e preferem aguardar a aprovação das medidas fiscais pelo Congresso(…)”

Curioso, não é?

O Brasil, “quebrado” pelo terrorismo econômico, ficou “baratinho” para os investidores que sabem que ele não está quebrado coisa alguma, estultice que deixam para os marchadores otários ou muito espertos.

Porque boba, a madame Ana Eliza, mulher do banqueiro Paulo Setúbal – um dos herdeiros e diretores do Itaú – não é e estava lá na Paulista, de cara pintada e cartaz de “Fora Dilma” (veja a ótima matéria de Monica Bergamo, na Folha, sobre a corte de Maria Antonieta).

Pudera, não é? com essa crise o Itaú lucrou apenas R$ 20,2 bilhões no ano passado e os acionistas, entre eles seu marido, tiveram ganhos de somete R$ 6,6 bilhões.

Só fico com um pouco de medo da recomendação de Mme. Ana, de que “o povo tem que acordar, se mexer”.

Vai que começam a exigir seus brioches…

PS. Às vezes me pergunto se é mesmo possível que isso não escandalize o país, mas aí me lembro da imprensa que temos. 
*PlantaoBrasil

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