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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 06, 2015

Cristina Kirchner visitará Putin na Rússia

Kristina Kirchner, presidente da Argentina

Opinião: Kirchner irá a Moscou para irritar os EUA

© AFP 2015/ ALEJANDRO PAGNI
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A viagem da presidente da Argentina Cristina Kirchner a Moscou, prevista para o fim de abril, gerará preocupação na Casa Branca e provavelmente resultará em resfriamento das relações com os EUA, escreve o jornalista Fernando Cibeira na edição argentina El Destape.
Cristina Kirchner irá a Moscou para assinar novos contratos com Vladimir Putin, um dos líderes mundiais cujas opiniões políticas ela partilha, segundo o artigo. Ao mesmo tempo, as relações entre a presidente argentina e o líder dos EUA Barack Obama, que, na opinião de Cibeira, sempre se destacaram pela gentileza junto com desconfiança, podem ser chamadas como uma série de desacordos. 
Este gesto foi feito propositadamente, para irritar a Casa Branca, que observa como os russos e os chineses se sentem cada vez mais cómodos a fazerem negócios em lugares que anteriormente eram o “quintal” dos Estados Unidos, pensa o autor do artigo.
Cibeira também alega uma fonte no governo argentino que diz que a os dois países vão firmar acordos, mas, sobretudo, esta viagem será um “gesto para os Estado Unidos”.
A presidente da Argentina Cristina Kirchner visitará a Rússia entre 22 e 24 de abril. Informa-se que na agenda estão possíveis acordos de cooperação na área da energia nuclear, aumento de volume do intercâmbio comercial entre os dois países e a possível compra pela Argentina de novos helicópteros militares produzidos na Rússia.


Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150406/663625.html#ixzz3WXO7g2FY

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