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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 08, 2015

Israel sequestra a parlamentar palestina Khalida Jarrar em sua casa

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Militares israelenses sequestram outro parlamentar palestino. Agora, a Deputada Jarrar foi retirada de sua casa, de madrugada, enquanto dormia junto de sua família. Seu paradeiro é desconhecido. Israel possui encarcerados por motivos políticos aproximadamente 6.000 palestinos, entre eles 18 parlamentares em exercício.
A Deputada (Khalida Jarrar em inglês) foi detida pelos militares israelenses depois de uma incursão militar a sua residência durante a madrugada de hoje.
Como é sua rotina, de madrugada, soldados israelenses levaram a cabo uma invasão a uma casa palestina. Assim, enquanto a deputada palestina (membro do Conselho Legislativo Palestino) pela Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) dormia junto de sua família, ao menos 60 israelenses irromperam violentamente em sua residência, detendo incialmente seu marido e, posteriormente, levando a Deputada a um destino desconhecido.
Jarrar é uma figura destacada dentro da Palestina e tem sido alvo permanente de agressão e hostilidade por parte das autoridades israelenses. Em setembro de 2014, Israel emitiu “ordem de supervisão especial” que remove e deporta à força a Deputada de seu lar em Ramallah para Jericó.
Jarrar negou-se a obedecer esta instrução militar e protestou pela ordem de deportação mediante a criação de um acampamento de solidariedade frente ao Conselho Legislativo Palestino – Parlamento. A ordem de deportação finalmente foi retirada depois de uma campanha internacional em apoio a Jarrar.
Atualmente, Israel proíbe sua saída da Palestina. Jarrar é conhecida por seu trabalho de defesa dos direitos humanos dos palestinos e sua constante luta pela liberdade de seu povo. Cabe recordar que ao menos 6.000 palestinos se encontram encarcerados hoje por resistir a ocupação militar de seu país.
Jarrar não é o único membro do Conselho Legislativo ou Parlamentar palestino atualmente no cárcere. Hoje, outros 18 parlamentares palestinos eleitos estão presos por Israel, nove deles se encontram reclusos sem acusações nem julgamento, somente em virtude de uma lei militar israelense de “detenção administrativa”.
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução, em 5 de julho de 2012, exigindo o fim da detenção administrativa e a libertação dos presos políticos palestinos, com “especial atenção” aos membros do Conselho Legislativo Palestino encarcerados pelos militares israelenses, já que isto constitui uma clara violação da Convenção de Genebra.
A Palestina se uniu formalmente à Corte Penal Internacional no dia 1° de abril de 2015 e estão tentando usar esta instância legal para responsabilizar Israel por seus crimes de guerra e violações sistemáticas aos direitos humanos na Palestina sob ocupação militar.
Correspondente do PalestinaLibre em Jerusalém
Fonte: http://www.palestinalibre.org/articulo.php?a=55665
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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