AS ESTATAIS NECESSÁRIAS
(HD)
- As empresas estatais são necessárias, em qualquer país do mundo, para
o processo de desenvolvimento econômico e social da população e a
conquista e defesa de soberania e independência com relação às outras
nações.
Nos Estados Unidos, que são citados como
paradigma da livre iniciativa, o Exército, com 75 usinas, é o maior
operador de hidrelétricas do país e a AMTRAK, a gigantesca empresa
ferroviária nacional, subsidiada pelo governo - o que ninguém estranha -
oferece um dos melhores serviços de transporte de passageiros do mundo.
Na
China, com quase 4 trilhões de dólares em reservas internacionais,
pouquíssimas empresas não têm participação majoritária do estado ou até
mesmo do Partido Comunista Chinês. Elas competem entre si, dentro e fora
do país, até mesmo na compra de empresas estrangeiras, principalmente
da Europa, da América Latina e dos Estados Unidos.
No
Brasil, também já tivemos grandes estatais, que foram essenciais para o
desenvolvimento da siderurgia, da energia, do transporte, das
telecomunicações, nos governos de Getúlio Vargas, de Juscelino e durante
o regime militar. O problema das estatais não é o fato de pertencerem
ao Estado, mas quem se coloca à frente delas. Como diz o economista
Delfim Netto, não há diferença essencial entre empresa pública ou
empresa privada, mas, sim, entre empresa bem administrada e mal
administrada.
Infelizmente, muitas delas foram
esquartejadas, desnacionalizadas e vendidas a preço de banana nos anos
1990, para empresas internacionais. Por ironia, muitas das compradoras
eram estatais estrangeiras, ou tinham participação de governos
estrangeiros, até mesmo de países menos desenvolvidos do que o nosso,
que tinham acesso a dinheiro barato e subsidiado, e estão quebrando
agora, como é o caso da Espanha.
Entre os
argumentos para privatização, estava o de que o preço dos serviços ia
cair e que ia se acabar com os cabides de empregos. E o que aconteceu?
Pagamos, em telecomunicações, por exemplo, algumas das tarifas mais
altas do mundo. Os serviços são tão “bons”, que empresas estiveram
proibidas de comercializá-los até que melhorassem o funcionamento de
suas redes. Seus lucros servem para pagar ao genro do Rei da Espanha, um
jogador de handebol envolvido com a corrupção, mais de um milhão de
euros por ano para participar de algumas reuniões como conselheiro da
Telefónica (Vivo) para a América Latina.
A
administração das estatais deve ser conduzida por critérios técnicos e
sempre subordinada politicamente ao interesse nacional maior.
Escândalos
como o da VALEC, com o prejuízo de mais de 400 milhões de reais,
desgastam o Estado diante da opinião pública, o que só favorece aos
estrangeiros que querem dominar a nossa economia.
*GilsonSampaio
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