Depois da Venezuela, Bolívia e Equador negociam integração ao Mercosul: mídia corrupta e direita raivosa têm convulsão
Via Agência Brasil
Renata Giraldi
Brasília
– Depois da Venezuela, o Equador e a Bolívia negociam a incorporação ao
Mercosul. As articulações ganharam mais força nos últimos dias após a
decisão de a Venezuela integrar o bloco. A ideia é dar mais agilidade às
conversas para que em breve equatorianos e bolivianos também façam
parte do grupo. Não há definições de datas nem prazos, mas há
determinação e empenho políticos, segundo os negociadores.
A
cerimônia que oficializa o ingresso da Venezuela no Mercosul ocorrerá
hoje pela manhã, no Palácio do Planalto. Depois haverá um almoço no
Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty.
Atualmente
o Equador e a Bolívia são membros associados, assim como o Chile, a
Colômbia e o Peru. São observadores o México e a Nova Zelândia. Os
membros plenos são o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai (que
está suspenso até abril de 2013) e, a partir de hoje, a Venezuela.
Por
seis anos, a Venezuela negociou a entrada no bloco. A decisão foi
tomada em junho quando os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner
(Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) anunciaram a incorporação dos
venezuelanos e a suspensão do Paraguai do Mercosul de forma temporária.
Em
29 de junho, o Paraguai foi suspenso porque os presidentes concluíram
que o processo de destituição do poder do então chefe de Estado do país
Fernando Lugo não seguiu os preceitos democráticos. Lugo foi submetido a
um processo de impeachment e em menos de 24 horas perdeu o poder.
Fundado
em 1991, o Mercosul gerou aumento nas trocas comerciais na região. Em
1990, o intercâmbio entre os membros do bloco somava US$ 4,1 bilhões. Já
em 2011, o fluxo cambial atingiu US$ 104,9 bilhões.
Em
comunicado ontem (30), o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty,
informa que o desafio é superar as diferenças regionais por meio de um
fundo próprio. “A superação das assimetrias entre os países do grupo é o
objetivo do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul [Focem], que
investe US$ 100 milhões anuais em projetos que aumentem a
competitividade e a coesão social do bloco.”
Com
o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270
milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando
um Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes de US$ 3,3 trilhões (o
equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7
milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).
Edição: Juliana Andrade
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