Organizações lançam petição pelo fim da Polícia Militar. Após atingir mil assinaturas, a petição será encaminhada à Presidência da República, ao Congresso e ao STF
Fora com um dos últimos entulhos da ditadura
A Rede Nacional de Familiares e Amigos
de Vítimas da Violência do Estado lançou uma petição pública neste
domingo (29) pela desmilitarização das polícias do Brasil. Após atingir
mil assinaturas, a petição será encaminhada à Presidência da República,
ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para
assinar clique aqui.
A campanha é um desdobramento da
audiência pública realizada na quinta-feira (26), em que entidades de
direitos humanos, movimentos sociais e membros do Ministério Público
Federal exigiram o fim da Polícia Militar e apoiaram o pedido do
Procurador Federal da República, Matheus Baraldi, de afastamento do
comando da corporação do Estado de São Paulo.
Carta à Presidenta
O movimento Mães de Maio junto com a
Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado
protocolou na quarta-feira (25), em Brasília, uma carta à presidenta
Dilma Rousseff, cobrando 15 medidas que, há seis anos, não saem do
papel, dentre elas o acompanhamento federal jurídico e político do
crescimento da violência no Estado.
Também pedem um parecer sobre a
federalização dos crimes de maio de 2006, abolição dos registros de
casos de "resistência seguida de morte" nos inquéritos policiais, tidos
como inconstitucionais, e a criação de uma Comissão da Verdade para
crimes policiais praticados na democracia.
Em nota, o movimento diz que aguarda a
confirmação da Presidência da República sobre a data para a Rede
Nacional discutir uma política nacional para os familiares de vítimas do
Estado Democrático.
Aumento de homicídios
Pela quarta vez consecutiva, os
homicídios aumentaram em São Paulo, contradizendo o governador Geraldo
Alckmin que disse em entrevista na terça-feira (23) que os indicadores
da criminalidade “iriam cair”.
De acordo com as estatísticas divulgadas
na quarta-feira (24) pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo,
o aumento foi de 22% em relação ao mesmo período de 2011. Com uma média
de 14 mortes por dia, junho foi o período mais violento nos últimos 18
meses, com 134 mortes – aumento de 47% - contra 90 em junho do ano
passado.
Segundo a Ouvidoria da Polícia Militar,
só a Rota – Ronda Ostensiva Tobias Aguiar - matou 48 pessoas somente no
primeiro semestre na capital paulista. Em comparação com o mesmo período
em 2010, os homicídios subiram mais de 100%.
Ao longo dos últimos 30 anos, mais de 1
milhão de pessoas foram assassinadas no país. No período “democrático”
brasileiro houve um aumento de 127% no número de homicídios anuais, dos
quais as vítimas, em sua maioria, são jovens pobres e negros, conforme
demonstram as estatísticas do Mapa da Violência 2012.
*Cappacete
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