John Neschling assume Theatro Municipal Demitido da Osesp há quatro anos, regente volta a trabalhar com o PT após desentendimentos com o PSDB. Maestro foi responsável pela transformação da Osesp no paradigma brasileiro de qualidade na música erudita.
John Neschling assume Theatro Municipal
Demitido da Osesp há quatro anos, regente volta a trabalhar com o PT após desentendimentos com o PSDB
Maestro foi responsável pela transformação da Osesp no paradigma brasileiro de qualidade na música erudita
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O maestro carioca John Neschling, 65, vai comandar o Teatro Municipal de
São Paulo. Apadrinhado pelo candidato derrotado à prefeitura pelo PMDB,
Gabriel Chalita, o nome de Neschling recebeu o aval do prefeito,
Fernando Haddad (PT), e do secretário municipal de Cultura, Juca
Ferreira.Maestro foi responsável pela transformação da Osesp no paradigma brasileiro de qualidade na música erudita
Em 2010, quando era ministro da Cultura, Juca deu apoio à Companhia Brasileira de Ópera, iniciativa de Neschling que percorreu o país com a ópera "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini.
Atualmente ele mora na Suíça e não dirige nenhuma orquestra.
PT E PSDB
Neschling trabalhou no Municipal em 1989 e 1990, durante a gestão petista de Luiza Erundina.
Mas sua grande marca na vida musical da cidade ocorreu entre 1997 a 2009, levando a cabo um vigoroso programa de reformulação que, com apoio político e financeiro de sucessivos governos estaduais tucanos, estabeleceu a Osesp como principal orquestra do país.
Durante a gestão de José Serra (PSDB) no governo do Estado, contudo, começou a fritura de Neschling, demitido da orquestra em janeiro de 2009, depois de uma entrevista na qual criticava a Fundação Osesp.
Em agosto de 2012, ele retornou à Sala São Paulo para reger um concerto da Orquestra Suíça Italiana. O público recebeu-o com prolongadas ovações e gritos de "volta".
Neschling retorna à cidade no momento em que a sinfônica que projetou internacionalmente passa por um momento de crise.
Músicos da Osesp estão em conflito com o diretor artístico Arthur Nestrovski desde novembro, quando a revista "Veja São Paulo" publicou uma matéria chamando-o de "motor da orquestra".
Não se sabe quanto Neschling, que recebia em torno de R$ 100 mil mensais da Osesp, vai ganhar para dirigir o teatro. Procurado, o maestro não foi encontrado para comentar a nomeação.
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