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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 12, 2013

Dilma inaugura Canal do Sertão e anuncia obras até 4º trecho Presidenta também revelou que governo federal pavimentará rodovia e construirá viaduto em Maceió
 
Thiago Gomes
A presidenta Dilma Rousseff (PT) inaugurou, na manhã desta terça-feira (12), os primeiros 65 km do Canal do Sertão, em solenidade concorrida e cheia de autoridades celebrada em trecho do distrito Alto dos Coelhos, entre os municípios de Água Branca e Delmiro Gouveia. Rousseff descerrou a placa em que representava a visita oficial da presidência para inaugurar os primeiros trechos do canal e anunciou que, além de fazer o terceiro trecho do canal, fará o quarto, que alcançará 122 km com água correndo pelo Sertão.

Segundo a presidenta, o dinheiro está garantido por meio dos recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. Ela revelou que obras complementares serão feitas e anunciou, também, a pavimentação de 49 km da BR-316, que corta Alagoas, e a construção do viaduto localizado entre a BR-104 e BR-316, em Maceió.

Dilma quebrou o protocolo e cumprimentou primeiro os trabalhadores que estiveram na obra e ressaltou a mulher, pela passagem do Dia Internacional, na semana passada. Evidenciou a ajuda sistemática dos senadores alagoanos no encaminhamento de projetos do governo no Congresso Nacional

Ela veio de Brasília em voo que desembarcou por volta das 10h40, no Aeroporto de Paulo Afonso, cidade baiana que faz divisa com Alagoas. Quinze minutos após o helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na área localizada entre Água Branca e Delmiro Gouveia. A aeronave levou a presidenta e a comitiva de autoridades políticas que a acompanhavam, entre elas o ministro da Integração Nacional e o senador Fernando Collor de Mello, convidado pela presidente para integrar o grupo.

Assim que pisou em solo sertanejo, a presidenta fez uma visita a unidades demonstrativas de psicultura e de irrigação, que são ideias a serem usadas pelos pequenos agricultores que vivem às margens do Canal do Sertão. Dilma conversou com pescadores e produtores rurais que estavam presentes especificamente para apresentar alguns dos benefícios com a chegada da água na região.

A comitiva ainda conferiu as obras do canal, no local em que foi montada a estrutura do evento. Dilma cumprimentou os sertanejos e se dirigiu ao palco, onde foi bastante aplaudida pela multidão presente à solenidade.




Prefeita exalta ‘amigos’ da terra e diz que Sertão não é o mesmo

A prefeita de Água Branca, Albanir Sandes Gomes (PMDB), fez um discurso emocionado e de agradecimento por ter o município sido beneficiado pelas obras do Canal do Sertão. “È com enorme alegria e satisfação que recebemos a presidente Dilma em nossa terra. Esse dia ficará marcado em nossas vidas. É a certeza de que o Sertão não será mais o mesmo a partir de agora. As dificuldades continuam sendo inúmeras do povo sertanejo, mas quero agradecer a grandiosa obra que vai matar a sede e a fome dos nossos habitantes. Ressaltar também os senadores Fernando Collor e Renan Calheiros. Eles desenvolveram grandes projetos e são os verdadeiros amigos dessa cidade. Faço menção também ao programa Bolsa Família, que transfere renda e mudou a vida de muita gente”, evidenciou. A prefeita não fez menção ao governo do Estado.




Fernando Bezerra exalta
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, destacou, em sua fala, a presença do ensino superior federal no Sertão de Alagoas. Disse que observou, do helicóptero, o campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), todos em Delmiro Gouveia e revela que repercutiu a surpresa com os senadores Collor e Renan.

“No meio da seca mais severa que o Nordeste já enfrentou, eu vejo a determinação de um governo, que iniciou com Lula o maior programa de interiorização das universidades federais do país. Foi ele, Lula, também, quem resgatou a obra do Canal do Sertão, que estava parada há dez anos. É água para o povo, para os animais, mais irrigação para os pequenos agricultores e a grande novidade: a presidenta Dilma destinou R$ 20 milhões para levar água aos assentamentos do Incra, em parceria com a Codevasf”, discursou Bezerra. Segundo o ministro, o Nordeste não seria problema para a nação, mas a solução.

Governador é vaiado durante solenidade
O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) também discursou e foi vaiado por alguns manifestantes presentes à solenidade. Muitos fizeram também um apitaço. Entre outros pontos de sua falação, ele exaltou o empenho do ex-presidente Lula e da atual presidente Dilma Rousseff, a quem classificou de grande amiga de Alagoas. Na opinião do governador, foram os dois os responsáveis por deslanchar as obras do Canal do Sertão. Ele ainda elogiou o empenho do ministro Fernando Bezerra para trabalhos de infraestrutura no estado.

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