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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 27, 2013

ex-prefeito de Osasco é lançado candidato a presidente do PT de São Paulo

EMÍDIO DÁ O TOM DO PT: “ALCKMIN É INCOMPETENTE”



Com a presença de Lula e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ex-prefeito de Osasco é lançado candidato a presidente do PT de São Paulo; ato que acontece agora, no centro da capital, abre luta entre o partido e o PSDB pelo governo do Estado; "Geraldo Alckmin está no poder há vinte anos e não mostrou ao que veio", disse Emídio de Souza; "Essa incompetência irá ao julgamento das urnas"; transportes, violência e saúde serão os temas principais em debate; franco favorito a assumir a presidêcia do PT paulista, Emídio quer um empresário como vice do futuro candidato Padilha

27 DE SETEMBRO DE 2013 

247 - Às 20h22, sob os gritos de 'olê, olá, Lula, Lula", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao palco montado na Casa de Portugal, no centro de São Paulo, onde está sendo lançada a candidatura do ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza à presidência estadual do partido. Antes dele, também em clima de festa, foi recebido o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, virtual candidato do partido ao governo do Estado, em 2014.

"Padilha deverá deixar o ministério entre o final deste ano e o inicio do próximo, não ser muito mais para a frente que isso", disse Emídio, franco favorito a vencer as eleições internas do PT. "A presidente Dilma pediu para Padilha ficar até a implantação do programa Mais Médicos. Depois disso, é entrar trabalhar em São Paulo", completou. Para ele, as funções de ministro iriam congestionar a agenda do futuro candidato.

Nos primeiros discursos, prefeitos e deputados do partido frisaram que 2014 vai representar a melhor chance de o PT ganhar o governo de São Paulo. "Os tucanos estão cansados", disse o dirigente Gerson Bitencourt. "Além disso, estão mergulhados num mar de lama". A corrupção à volta das multinacionais Alstom e Siemens, no setor de transporte público do Estado, sem dúvida, como já se vê, será uma tecla muito batida na campanha do PT.

Abaixo, notícia anterior:

Marco Damiani _247 – Cercado por quase uma dezena de jornalistas, e com um auditório lotado por cerca de mil pessoas a esperá-lo, o ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza antecipou no início desta noite de sexta-feira 27, na Casa de Portugal, no centro da capital paulista, o tom que o PT irá adotar na disputa pelo governo do Estado mais rico da Federação, São Paulo com seu orçamento inferior apenas ao da União: é de ataque frontal ao PSDB e seu virtual candidato à reeleição.

O PT batizou de PED 2013 - Processo de Eleições Diretas -- o calendário de eleições diretas para todas as instâncias de presidência da legenda, do diretório nacional aos estaduais e municipais. Os estrategistas do partido acreditam que essas eleições irão mobilizar a militância e esquentar as baterias para as disputas do próximo ano. 

"Geraldo Alckmin entrou para o governo de São Paulo em 1º de janeiro de 1995, junto com o Mario Covas", lembrou Emídio, momentos antes de ter seu nome lançado oficialmente como candidato a presidente do PT de São Paulo. "Alckmin é, portanto, responsável por toda essa incompetência que o PSDB praticou em São Paulo".

Além da platéia formada por militantes de dezenas de diretórios do partido, sindicalistas e parlamentares, Emídio terá ao seu lado o ex-presidente Lula e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que às 19h25 era aguardados para participar do ato político. O ex-prefeito de Osasco por três vezes é franco favorito para ganhar as eleições internas no PT.

Para Emídio de Souza, o partido deverá conduzir a campanha eleitoral do próximo ano sobre dois eixos: destacar o perfil de realizador do ministro Padilha, que já conta com o apoio da maioria da legenda para sair candidato, e bater duro na administração tucana e no governador Alckmin.

"Não dá para Alckmin dizer que não tem a ver com os esquemas montados pelos governo tucanos em São Paulo. Ele é peça central de tudo isso", desferiu o futuro presidente estadual do PT. "Um governo de 20 anos que faz 1,4 quilômetro por ano, que não conseguiu resolver a situação da saúde pública no Estado e não soube fazer parcerias para o desenvolvimento, não merece continuar. É essa incompetência que estará em julgamento nas urnas".

O candidato está animado. "OPT só tem tem crescido", contabiliza. "Tivemos 28% com o Genoíno em 2008 e, em seguida, 32% e 35% com o Mercadante. Nas últimas eleições, crescemos muito nas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas. O que falta é nos enraizarmos mais nas cidades com menos de 40 mil habitantes".

Emídio já defende a participação de um empresário na futura chapa de Padilha. "São Paulo é um Estado que liderava o País e ficou para trás. Temos de retomar o protagonismo. Nada melhor, para isso, do que termos um vice que represente esse empresariado que quer fazer São Paulo voltar a crescer", agregou.

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