Brasil 247
Em entrevista coletiva após a aceitação dos embargos, ministro
Gilmar Mendes diz que STF pode virar um "tribunal bolivariano"; ele
afirma que dois colegas foram substituídos pelos novatos Teori Zavascki e
Luis Roberto Barroso devido ao alongamento "indevido" do julgamento;
ele disse ainda daqui a pouco a Justiça brasileira será parecida com as
de La Paz e Caracas, onde, segundo ele, não haveria independência;
ministros deveriam cobrar desagravo do colega, assim como as embaixadas
dos países vizinhos.
Com uma comparação questionável para um ministro da Suprema Corte, em
sua primeira coletiva após a aceitação dos embargos infringentes na Ação
Penal 470, o ministro Gilmar Mendes voltou a dizer que o STF corre o
risco de virar um "tribunal bolivariano". Antes do desempate da questão
na Casa pelo voto do ministro Celso de Mello, Gilmar defendeu a
tramitação rápida de um novo julgamento de 12 réus condenados, já que,
para ele, a Corte não é um "tribunal para ficar assando pizza".
Após a proclamação da vitória dos réus, o ministro critica aos
jornalistas o alongamento "indevido" do julgamento, que já ocasionou na
substituição de dois colegas pelos novatos Teori Zavascki e Luis Roberto
Barroso e pode tirar mais integrantes até seu encerramento.
Ele afirma ainda que se deve ter cuidado com a credibilidade do Supremo,
para não virar algo parecido com nossos vizinhos da América Latina.
Leia o depoimento na íntegra:
“Esse julgamento foi lamentavelmente atípico. Dois colegas nossos foram
retirados do julgamento por conta do alongamento ‘indevido’. Portanto,
agora vamos ter embargos infringentes e se pretendia talvez que daqui a
pouco tirássemos mais colegas. Não é razoável. Se nós começamos a operar
nessa lógica, daqui a pouco nós na verdade conspurcamos o tribunal, nos
corrompemos o tribunal, nos transformamos isso aqui que tem grande
credibilidade, essa casa que tem grande respeito, num tribunal similar a
um de La Paz, de Caracas, um tribunal bolivariano. Então precisamos
encarar isso com muita seriedade.”
Com uma atitude como essa, quem perde a credibilidade é o próprio
ministro, que segue os passos da descompostura do presidente do STF,
Joaquim Barbosa. Cabe aqui, aos ministros citados, um desagravo do
colega, assim como às embaixadas dos países pejorativamente mencionados.
*Saraiva
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