Cada trem do Metrô foi reformado a um custo de 81% do que custaria um trem novo, segundo denúncia no Cade
Uma reforma de 98 trens das linhas 1 e 3 do Metrô de São Paulo foi
estimada em R$ 1,75 bilhão, em 2009. Em julho de 2011, o valor já
chegava a R$ 2 bilhões, por causa de reajustes contratuais. Os contratos
foram fixados em dólar, com taxa de câmbio em alta. Cada trem foi
reformado a um custo de 81% do que custaria um trem novo, segundo
denúncia do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT), hoje
secretário de Serviços da prefeitura paulistana. De acordo com o Cade
(Conselho Administrativo de Defesa econômica), empresas acusadas de
participar de um cartel para a venda de trens em São Paulo já sabiam em
2007, dois anos antes, do projeto do governo para modernização de trens.
A reforma é antieconômica e lesa os cofres públicos, dizem
especialistas.
O Ministério Público de São Paulo investiga o caso e já ouviu 15
representantes do Metrô paulista e de empresas que participaram da
licitação para a reforma. Os contratos vigoram até o final do próximo
ano. Entre as companhias contratadas estão várias acusadas de participar
do suposto cartel.
A concorrência para modernização dos trens (alguns com mais de 30 anos
de uso) foi dividida em quatro lotes. Um dos contratos, no valor de R$
466 milhões, foi firmado em junho de 2009 com o consórcio Modertrem,
formado pelas empresas Alstom, francesa, e Siemens, alemã. As duas foram
apontadas como as líderes do esquema investigado em São Paulo. A
Siemens fez um acordo de leniência com o Cade e seus executivos
colaboram com as autoridades brasileiras na investigação sobre o
funcionamento do cartel. A partir de documentos obtidos pelo Cade, novas
revelações devem surgir. As informações são do jornal Brasil Econômico
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