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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 23, 2013

curta-metragem O BOLO -uma doméstica evangélica que perde seus sentidos ao comer um pedaço de bolo da festa que seu patrão gay

(Dica Do DAR) curta-metragem O BOLO


O curta-metragem “O Bolo” – premiado no Festival do Rio 2010, no Festival Mix Brasil da Diversidade em festivais internacionais – está disponível na internet para ser assistido na íntegra.
Em tempos de discussão sobre a legalização da maconha, o filme de Robert Guimarães, lançado em 2010, mostra de forma bem humorada os efeitos da erva.
A história gira em torno de Dirce (Fabiula Nascimento), uma doméstica evangélica que perde seus sentidos ao comer um pedaço de bolo da festa que seu patrão gay (Eriberto Leão) deu na noite anterior. Ela só não sabia que o bolo era feito com maconha.
O sucesso do curta foi tão grande que ele será transformado em um longa, com orçamento estimado em R$ 4 milhões. O roteiro está em fase de finalização e deve chegar aos cinemas em 2014. “O Bolo” terá a equipe original do curta.

*coletivoDAR

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