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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 19, 2013

Governo do Japão imita Lula e Dilma e cria uma espécie de Bolsa Família


Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em recente encontro bilateral com a Presidenta Dilma em São Petersburgo - Rússia, 05/09/2013.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, seguiu a receita do presidente Lula na "marolinha" e fez declarações públicas estimulando a população a gastar mais no mercado interno para ajudar a economia do país a crescer. "Agora no Japão é a hora de comprar", disse.

Outra medida em estudo para ser tomada é o pagamento de 10.000 ienes (cerca de R$ 227,00) para famílias que são isentas de imposto. A medida atinge cerca de 24 milhões de domicílios.

Também estuda-se o pagamento de 15.000 ienes (cerca R$ 340,00) por pessoa, para os mais de 10 milhões de famílias de baixa renda que recebem pensões ou subsídios.

É uma espécie de Bolsa Família adaptada à realidade japonesa.

A medida visa compensar, para as famílias de menor renda, o aumento do imposto nacional sobre vendas que entrará em vigor em 2014, necessário para cobrir os custos da previdência social da envelhecida população japonesa. Com isso, espera-se manter a atividade econômica.

E agora? O que os reacionários neoliberais demotucanos dizem do atual governo japonês, conservador (*), tomar medidas lulistas?

(*) O Partido Liberal Democrata, conservador, venceu as últimas eleições sucedendo o Partido Democrático do Japão, social-democrata, que está na oposição. Conservadores no Japão não são selvagens como os daqui. Lá eles não se opõem a aumentar impostos para manter a dignidade na aposentadoria, e aderem à mecanismos de distribuição de renda. (Com informações da International Press, aqui e aqui)

* Blog Justiceira de Esquerda

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