MUJICA vou ter que experimentar maconha senão vão pensar que sou um careta
José Mujica está no centro do debate sobre drogas hoje no mundo.
Diferentemente de seus companheiros de geração que trocaram a luta
armada pelo poder institucional, Mujica não deixou seu passado de
ativismo ultradisciplinado e hierarquizado turvar sua visão sobre o
real: “muito pior que a droga e a dependência é o tráfico dela”, afirmou
em entrevista concedida ao canal TVN. Divulgada apenas parcialmente
pela televisão, ela foi depois cedida na íntegra para a revista chilena CAÑAMO, que publicou-a em sua edição de agosto.
Após criticar a proibição das drogas e criticar o posicionamento dos chefes de Estado sobre a questão – “somos meio covardes mundialmente, me parece. Os Estados não gostam de reconhecer o fracasso” – o presidente uruguaio defende a legalização da maconha e aponta seus consequentes dilemas, como a questão do cadastro estatal de usuários e a baixa aprovação nas pesquisas. Mas o principal vem ao final da entrevista, em trecho que transcrevemos na íntegra em tradução livre.
Entrevistador – Em relação a sua história pessoal, você que tanto gosta da natureza, da terra, não me respondeu muito bem no começo sobre a maconha em sua vida. Conheceu gente que fumasse, gente próxima de você?
Mujica – Não, não, não, não. Para nada, nunca tive nada a ver com esse bichinho nem nada, mas também não me espanta.
Entrevistador – Nem ao menos uma pessoa?
Mujica – Não, não, estive muito por fora da boemia intelectual. Eu me meti a mudar o mundo. Minhas amizades eram revolucionárias, clandestinas, fumadores de tabaco barato, de vestimentas severas e de vidas muito distantes das displicências intelectuais, porque lidávamos com muito perigo. E bom, nisso se foram meus anos de juventude. Mas não tome isso como uma visão crítica a outros jovens, não.
Entrevistador – Você já consumiu maconha alguma vez?
Mujica – Não, não consumi. Por acidente, pelas coisas que te expliquei, pela minha forma de vida. Vou ter que experimentar qualquer dia desses, porque vão pensar que sou um careta ou algo do tipo.
Entrevistador – Gostaria de provar então?
Mujica – Sim, provaria, como tantas outras coisas. Não tenho maior problema com isso.
Entrevistador – Hoje em dia você tem amigos que fumam maconha?
Mujica – Suspeito que sim, suspeito que sim. Nunca me disseram, mas suspeito que sim.
*coletivodar
Após criticar a proibição das drogas e criticar o posicionamento dos chefes de Estado sobre a questão – “somos meio covardes mundialmente, me parece. Os Estados não gostam de reconhecer o fracasso” – o presidente uruguaio defende a legalização da maconha e aponta seus consequentes dilemas, como a questão do cadastro estatal de usuários e a baixa aprovação nas pesquisas. Mas o principal vem ao final da entrevista, em trecho que transcrevemos na íntegra em tradução livre.
Entrevistador – Em relação a sua história pessoal, você que tanto gosta da natureza, da terra, não me respondeu muito bem no começo sobre a maconha em sua vida. Conheceu gente que fumasse, gente próxima de você?
Mujica – Não, não, não, não. Para nada, nunca tive nada a ver com esse bichinho nem nada, mas também não me espanta.
Entrevistador – Nem ao menos uma pessoa?
Mujica – Não, não, estive muito por fora da boemia intelectual. Eu me meti a mudar o mundo. Minhas amizades eram revolucionárias, clandestinas, fumadores de tabaco barato, de vestimentas severas e de vidas muito distantes das displicências intelectuais, porque lidávamos com muito perigo. E bom, nisso se foram meus anos de juventude. Mas não tome isso como uma visão crítica a outros jovens, não.
Entrevistador – Você já consumiu maconha alguma vez?
Mujica – Não, não consumi. Por acidente, pelas coisas que te expliquei, pela minha forma de vida. Vou ter que experimentar qualquer dia desses, porque vão pensar que sou um careta ou algo do tipo.
Entrevistador – Gostaria de provar então?
Mujica – Sim, provaria, como tantas outras coisas. Não tenho maior problema com isso.
Entrevistador – Hoje em dia você tem amigos que fumam maconha?
Mujica – Suspeito que sim, suspeito que sim. Nunca me disseram, mas suspeito que sim.
*coletivodar
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