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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 24, 2013

Guarda Civil vai usar ônibus com câmeras para monitorar Cracolândia


No final de outubro, a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo vai passar a usar cinco ônibus com câmeras e telas de monitoramento para gravar imagens da Cracolândia, no Centro de São Paulo. Os ônibus foram doados pelo governo federal como parte do programa Crack, é Possível Vencer.
Segundo o Bom Dia Brasil, cada ônibus tem capacidade para monitorar 26 câmeras, sete fixas, sendo duas internas, cinco do lado de fora e 19 móveis que serão instaladas em uma área de três quilômetros. As imagens serão gravadas 24 horas e poderão servir como provas para prisão de traficantes.
Os guardas também usarão motos e carros novos, sprays de gel, espuma de pimenta e armas de choque em ações contra traficantes.
“Há um cuidado todo especial por parte do governo municipal em relação ao spray pimenta e ao teaser, que é a arma elétrica, e só podem ser usadas em caso de extrema necessidade em relação ao traficante, nunca obviamente em relação ao usuário de drogas”, disse Roberto Porto, secretário de Segurança Urbana de São Paulo.
Internações 
Desde a inauguração do plantão especial de juízes, advogados e médicos no Centro de Referência de Álcool e Drogas (Cratod), do governo do estado, em 21 de janeiro,  foram feitos 6.790 acolhimentos, 1.714 internações, das quais 1.542 voluntárias, 171 involuntárias e uma compulsória.

*coletivoDAR

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