Na Grécia, a polícia prende o líder do Aurora
Dourada, apelidado de “Fuehrer” pelos militantes, e 18 outros deputados e
dirigentes, estando outros 11 em fuga. A reação do AD foi fraca,
mobilizando apenas 300 pessoas. Opinião pública indignou-se com o
assassinato do rapper Pavlos Fyssas, perpetrado por um militante do AD.
Syriza diz que o governo finalmente fez o óbvio, pressionado pela
opinião pública.
Nikos Michaloliakos é chamado de "Fuehrer" pelos militantes do Aurora Dourada. Foto retirada do Left.gr
O ex-militar Michaloliakos não ofereceu resistência. Na sua casa foram encontradas diversas armas, sem licença de porte, e 43 mil euros em dinheiro.
A reação do partido, que tem 18 deputados no parlamento grego, foi abaixo do esperado. Cerca de 300 militantes manifestaram-se diante da sede da polícia, para onde foram conduzidos os detidos, empunhando bandeiras gregas e não as flâmulas nazis do Aurora Dourada.
Organização criminosa
Um relatório de nove páginas compilado pelo vice-procurador do Supremo Tribunal descreve o Aurora Dourada como uma organização criminosa e Michaloliakos como o seu líder. Além das acusações de assassinatos, o relatório responsabiliza também o partido por ações de chantagem e de lavagem de dinheiro. A organização é descrita como totalmente hierarquizada, sob o comando do seu líder, apelidado de “Fuehrer”.
Ao mesmo tempo, prossegue a investigação interna da Polícia sobre os vínculos entre o Aurora Dourada e a corporação, iniciada depois do assassinato do rapper Pavlos Fyssas. Duas altas autoridades policiais já pediram demissão diante da onda de indignação provocada pela revelação dos vínculos entre os fascistas e as forças policiais. "Durante os últimos três anos, muitos dos nossos colegas foram tolerantes com a violência da Aurora Dourada", declarou Cristos Fotopulos, presidente da federação grega de polícias à radio Skai, citado pelo El País.
Deputados do Aurora Dourada estão a ameaçar demitir-se em massa, para provocar novas eleições. Mas caso renunciem e os suplentes não assumam, podem acontecer eleições apenas para preencher essas vagas e não eleições gerais.
“Governo fez o óbvio”
Uma declaração oficial do Syriza, publicada no site Left.gr, afirma que “finalmente Samaras fez o óbvio. Ainda que com lentidão, mesmo depois de cinco assassinatos”. O partido de esquerda que lidera a oposição afirma que esteve e sempre estará na linha de frente contra o fascismo e pela defesa da democracia. “A luta é principalmente política e ideológica. Chamamos o povo grego a isolar politicamente, moralmente e ideologicamente o fascismo. Esta é a única garantia da democracia”.
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