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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 05, 2014

Abreu e Lima começa a operar e já entrega diesel em dezembro

 Fernando Brito
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Com nenhum destaque na mídia, depois de um clima de denúncias que ameaçou jogar fora a criança junto com a água do banho, a Refinaria do Nordeste da Petrobras, conhecida como Abreu e Lima, recebeu hoje a licença ambiental necessária  para operar parcialmente, com 40% de sua capacidade de produção de derivados de petróleo,  70% dos quais serão óleo diesel para a frota de caminhões e ônibus e para instalações industriais do país.
Como toda instalação complexa, o funcionamento será, de início, parcial e interrompido para ajustes, mas ainda logo atingirá a plenitude do primeiro conjunto de refino – “trem”, na linguagem petroleira – dos dois que comporão sua capacidade final. O segundo deve operar em meados de 2015.
O Brasil, hoje, tem de importar anualmente pouco mais  de 10 bilhões de litros de óleo diesel.
Nos próximos meses, esta primeira fase da Abreu e Lima, junto ao porto de Suape, em Pernambuco,  vai suprir cerca de 20% destas necessidades.
O que tiver de ser apurado sobre irregularidades na obra, que seja trazido às claras.
Mas nada pode apagar a importância desta conquista, porque há exatos 30 anos o Brasil não constrói uma grande refinaria de petróleo. A última, a Revap, teve suas obras iniciadas num longínquo 1974, tendo sido concluída seis anos depois.
Neste período, apenas uma pequena planta de refino, basicamente local, no Rio Grande do Norte, foi construída e inaugurada.
E por Lula, que iniciou a grande refinaria que agora começa a operar.
*Tijolaço

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