Nas eleições 2010, cresceu. Mostrou o que a Globo escondia.
Em 2011, a audiência do noticiário da Record perdeu cerca de 20% de seu público.
Há uma enorme janela de oportunidade para a Record crescer. Jornalismo depende de credibilidade, e o jornalismo da Globo está muito ruim e se expondo demais. Não apenas manipula, mas também está errando muito, e deixando transparecer seu partidarismo demo-tucano com matérias confusas, elitistas, lobistas, com seletivismo nas denúncias, forçando destaque para assuntos irrelevantes, e está chato igual àqueles pessimistas azedos que as pessoas gostam de evitar. Até telespectador conservador esclarecido não gosta de ser manipulado.
Basta a Record mesclar as notícias que todo telejornal deve dar com um contraponto honesto à Globo que tem uma avenida aberta para crescer.
Primeiro conquista a credibilidade que o Jornal-Nacional-bolinha-de-papel perdeu. A audiência vem a reboque.
Infelizmente, a Record não está fazendo um jornalismo com pauta própria e de contraponto (raras exceções, como nos casos Privataria Tucana e Ricardo Teixeira, mesmo assim há bochinhos falando em trégua com a CBF).
O noticiário da Record sobre as enchentes está seguindo a mesma pauta da Globo, apenas não está sendo golpista, mas está indo à reboque.
A Globo inventou a "crise do Contas Abertas" do Ministério da Integração mas, pelo menos, deu espaço ao contraditório nos dias seguintes.
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB/PE) deu a resposta que quis no Jornal Nacional, e se saiu muito bem com o discurso de que a competência de Pernambuco não pode ser punida (pela incompetência dos outros governadores, nas entrelinhas).
Em sua entrevista coletiva, o ministro da Integração foi editado na Globo (e mal editado, pois foi mostrado só resmungando, com a edição escondendo os argumentos objetivos de sua defesa). A Record poderia fazer uma edição honesta desta entrevista que ganharia pontos na credibilidade. Comeu mosca, e não fez.
O bom jornalismo nesta história quem fez foi o Fernando Brito, do blog Tijolaço. Matou a cobra e mostrou a cobra morta, mostrando que o governador Geraldo Alckmin não recebeu dinheiro em 2011 porque demorou a se mexer.
Há uma pauta inexplorada, da Globo reclamando de verbas "marretadas" na ONG Contas Abertas, que nem os governadores de oposição, que seriam os maiores afetados, reclamam. Até o Merval Pereira desmentiu o Jornal Nacional, em sua coluna, quando narrou um telefonema de Eduardo Campos:
O governador Teotônio Vilela, do PSDB, apoiou as obras porque beneficiam também Alagoas. O governador Antonio Anastasia, de Minas, também não reclamou porque sabe os problemas que Pernambuco enfrenta. E também Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, não acusou Pernambuco de estar sendo beneficiado por métodos escusos.
Isto é, nenhum governador de outros estados também afetados pelas chuvas, como Minas e Rio de Janeiro, reclamou de um suposto privilégio de Pernambuco: "O Anastasia não reclamou, o Sergio Cabral não reclamou, o Teo Vilela apoiou. Eles sabem que não houve privilégios".
E nem essa pauta a TV Record seguiu. Aliás ela não tem seguido várias das boas pautas dos blogs pessoais dos próprios bons jornalistas que trabalham na casa.
A Globo não faz um jornalismo de serviço nas catástrofes, do tipo que salva vidas, como faz as emissoras de TV estadunidenses quando há furacões. A Record poderia estar fazendo e também não está.
Nem a Globo, nem a Record fazem reportagem sobre o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e como funcionam os sistemas de alertas. Só sabe que isso existe quem vê a TV Brasil ou a NBR (a TV do governo federal, que nem todos tem acesso, pois só está disponível em parabólica e tv por assinatura).
Tem havido pouco empenho da Record nas denúncias que envolvem governadores tucanos, a exemplo da venda de emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo.
A Fundação Roberto Marinho é vidraça escancarada desde agosto de 2010, com a operação Voucher da Polícia Federal, e só nosso blog foi atrás de procurar os indícios de irregularidades e acompanhar o caso.
É sabido que quando a Record abre fogo com denúncias contra os interesses da família Marinho, a Globo abre fogo contra Edir Macedo. Ambos saem perdendo em desgaste de imagem.
Fala-se muito em "acordão" no Congresso, acordão no governo, acordão PT-PSDB, etc, etc.
Mas será que não existe nenhum acordão Globo-Record? Algum pacto de não agressão em determinados assuntos, que só é quebrado quando algo desanda?
Se for assim, então, como já perguntou Ricardo Kotscho (também jornalista da Record): liberdade de imprensa para quê?
*osamigosdopresidentelula
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