Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 06, 2012


O Conversa Afiada reproduz e-mail da amiga navegante Marilia, indignada com a leitura do Globo de domingo:

Você viu no segundo caderno do Globo o artigo (?) do caetano? (Como diz você, é com minùscula mesmo, revisor.) Fala de tudo e de nada para no meio elogiar (!!!) o livro (?) do FHC e colocar em dúvida o livro do Amaury.  De chorar! Porque no te calas, Caetano? De quebra ainda evoca o Geisel para dizer que ninguém poderà convencê-lo de que o liberalismo é pior que a ditadura. Que jênio!


Em compensação, no primeiro caderno (e não no segundo), Aldir Blanc, Mestre Sala dos Mares e dos Ares, diz logo nas primeiras linhas da força do Amaury “.. sobre o Brasil de FHC I e II ‘vendendo tudo’, principalmente o que pertencia a nosostros”.


Ufa, pelo menos um, nesse jornal infecto.


Ainda no segundo caderno, a coluna social (?) do Joaquim Santos, elogia de novo o FHC  dizendo que o cachaceiro é o Lula ! Bem, esse é o jornal O Globo.


Marilia


Nenhum comentário:

Postar um comentário