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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 10, 2012

Paulo Preto diz que José Serra foi sua ‘bússola’

Xiiii... Até no G1, portal da Globo, estão abandonando Serra. Será que tem o dedo de Alckmin ou do Aécio por trás disso?


Deu no G1 (blog do Camaroti):

A cúpula tucana já foi alertada sobre o potencial de estrago do depoimento à CPI do Cachoeira de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária do governo de São Paulo.

Em conversas reservadas, Paulo Preto tem dito para interlocutores próximos que o ex-governador José Serra (PSDB-SP), candidato à Prefeitura de São Paulo, foi sua “bússola” durante toda a sua gestão na Dersa.

Ele vai além: avisa que faz questão de comparecer à CPI. Por isso, desautorizou qualquer tentativa de acordo para evitar o seu depoimento.

Nos bastidores, houve uma mobilização de alguns líderes partidários para não agendar o depoimento de Paulo Preto e do ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot. Mas não houve acordo por causa do impasse entre petistas e tucanos.

Integrantes do PSDB não escondem a preocupação com a possibilidade de algum imprevisto durante a fala de Paulo Preto. Ele foi convocado para explicar os contratos firmados entre a Dersa e a construtora Delta.


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