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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 16, 2013

60% DOS POLÍTICOS USAM PROSTITUTAS, DIZ JEAN WYLLYS

São trabalhadoras e merecem todo o respeito


O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) apresentou um projeto de lei na Câmara para regularizar a profissão das prostitutas no País. "Eu diria que 60% da população masculina do Congresso Nacional faz uso dos serviços das prostitutas, então acho que esses caras vão querer fazer uso desse serviço em ambientes mais seguros", defende


Ninguém melhor que um parlamentar para compreender a importância da regularização da profissão de prostituta. É o que deu a entender o deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ), que apresentou um projeto de lei na Câmara propondo a questão. O deputado defendeu o projeto: "As prostitutas, embora estigmatizadas e marginalizadas, são uma categoria menos odiada que os homossexuais. E tem outro fator, eu diria que 60% da população masculina do Congresso Nacional faz uso dos serviços das prostitutas, então acho que esses caras vão querer fazer uso desse serviço em ambientes mais seguros".
A expectativa de Wyllys é de que a proposta seja aprovada antes da Copa do Mundo de 2014. "O projeto é urgente, sobretudo às vésperas dos grandes eventos (...) e não vamos ser ingênuos de achar que os turistas não vão demandar por esse serviço sexual. Então, as prostitutas têm de ter um ambiente seguro para prestar esse serviço", disse o deputado, que é o segundo parlamentar a tentar algo do gênero. Em 2003, o então deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) havia protocolado proposta semelhante, que terminou arquivada.
Se aprovado, o projeto garante à prostitutas acesso à saúde, ao direito do trabalho, à segurança pública e, segundo Wyllys, à dignidade. Para o deputado, a medida ajudaria a combater a exploração sexual, já que o prevê a fiscalização das casas de prostituição e o controle do Estado sobre o serviço. A Lei 'Gabriela Leite' (em homenagem à militante pelos direitos dos profissionais do sexo desde 1979, fundadora da grife Daspu e presidente da ONG Davida) permitiria às prostitutas atuar de forma autônoma ou em cooperativa e lher daria direito a aposentadoria especial após 25 anos de serviço.
*Cappacete

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