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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 18, 2013

O papa Francisco quer fazer política na América Latina; a imprensa golpista festeja

O cardeal Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, agia como oposição ao governo de Nestor Kirchner, que advertia: “Nosso Deus é de todos, mas cuidado que o diabo também chega a todos, aos que usamos calças e aos que usam batinas”.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, agia como oposição ao governo de Nestor Kirchner, que advertia: “Nosso Deus é de todos, mas cuidado que o diabo também chega a todos, aos que usamos calças e aos que usam batinas”.

A velha mídia berra em suas manchetes que o novo papa, Francisco, por se latino-americano, pode preencher uma importante lacuna política hoje ocupada por governos de esquerda, populistas e igrejas neopentecostais. 
Na prática, nos dizem os jornalões do Partido da Imprensa Golpista (PiG), o Vaticano vai entrar de sola na disputa política nos países da região – incluindo o Brasil. A ideia é abrir enfrentamentos nos campos político e ideológico. 
Diz reportagem de capa do jornal O Globo deste domingo (17): 
“Essas lideranças optaram por plataformas que muitas vezes iam contra o pensamento católico – fosse por políticas unicamente assistencialistas fosse com brigas e críticas a arcebispos locais. Ou ainda com o fomento de ideias marxistas, ou com a aproximação crescente com a China, país do qual muitos desses governos latino-americanos começaram a depender, e onde religiosos e outros dissidentes até hoje são perseguidos”. 
O cardeal Jorge Mario Bergoglio tem um histórico de enfrentamento contra os Kirchner na Argentina. 
Em seu país foi acusado de se acovardar durante a ditadura militar (1976-1983), outros o apontam como cúmplice do regime que sequestrava, matava e torturava políticos e até padres. 
As “Mães da Praça de Maio”, por exemplo, imputam ao novo papa,cumplicidade em sequestros de bebês. 
Alguns comentaristas conservadores, neste blog, têm urticária quando entro no debate religioso; eles sentem arrepios na nuca quando defendo a liberdade de escolha dos homossexuais. 
Aqueles que usam o “tapa olho” da religião dizem que eu fico melhor discutindo política do que ingressando nesse terreno espiritual. 
Ora, então a igreja que fique no campo abstrato e deixe a política com os partidos políticos. 
A igreja pode fazer política e eu, blogueiro que sou, por que não posso discutir religião? Santa hipocrisia! 
do Blog do Esmael

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